tag:blogger.com,1999:blog-76879940715944857662024-03-04T23:39:22.010-08:00RIVASREVOLUTA: daquilo que acredito àquilo que criticoTrabalhos de um acadêmico de Direito, política, poesias, composições, crônicas, contos, opiniões e críticas a respeito do que realmente importa.RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.comBlogger55125tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-23192081287387170102015-09-02T23:55:00.000-07:002015-09-02T23:55:19.634-07:00Sinal da Cruz<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.3199996948242px;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Sabendo que a polícia está aquartelada, José espera sozinho na parada escura, sob o frio intenso da noite, com um temor tenso de exício na espinha. José sente um calafrio, se benze e faz o sinal pro seu ônibus que tá chegando parar. Entra e percebe a preocupação compartilhada pelos passageiros no momento em que embarca. Todos o acompanham sentar no único lugar vago, ao lado do cobrador. Qualquer um é um suspeito.</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.3199996948242px;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">A longa jornada segue como todos os dias. É comum o burburinho das pessoas nesse horário, o descarrego exausto na alegria do fim de um dia de trabalho. Porém, hoje José repara que paira um silêncio absoluto, quebrado apenas algumas vezes pelo som da frenagem ou o sinal solicitando o desembarque. O medo se acumula nos músculos cansados dos corpos. Os comentários, relatos e as notícias sobre assaltos a ônibus, alguns com tiros e gente morta, se espalharam nas últimas semanas por todo lado.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Cada sinal que alguém aperta indicando que vai descer é um pulo de susto nos mais atentos. José olha para o lado direito, vê passar fora da janela uma igreja e faz o sinal da cruz ao mesmo tempo em que vê pelo reflexo a arma em punho do passageiro de trás que levanta anunciando o assalto e causa em José uma reação espontânea: ao levantar a mão ainda em prece ele bate na arma do assaltante, disparando acidentalmente um tiro no seu próprio peito. Caído ao chão, no átimo de vida que se extingue em um amém, José olha para o teto do ônibus e pergunta: <b>por quê?</b></span></div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-25138712553223611762015-07-07T19:09:00.000-07:002015-07-07T19:10:57.809-07:00O Sorriso de Dona Margot<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;"><span style="font-size: large;">Nunca a viram tão feliz.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;"><span style="font-size: large;">Quem a conhece não pode reconhecer.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;"><span style="font-size: large;">Quem não a conhece se admira com tanta felicidade.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;"><span style="font-size: large;">Passeia alegre pelo centro da cidade com uma criança nos braços.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;"><span style="font-size: large;">Quem vê Dona Margot assim tão tranquila não pode imaginar que ela acabou de roubar um bebê.</span></span>RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-42962056999412948882015-07-01T21:44:00.000-07:002015-07-01T21:45:40.869-07:00Músicas para (re)pensar a redução da maioridade penal<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Ser a favor da redução da maioridade
penal é fácil. Difícil é ver que não é uma solução viável: não reduz criminalidade entre
menores infratores, não previne crimes pelo “medo da punição”, nem tem qualquer
resultado prático. É só uma forma de constituir capital político dos mesmos conservadores de sempre, já que a “maioria
da população” é a favor da medida. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">
<br />
O assunto já tá bem batido nos últimos tempos. No Google se encontra muita coisa sobre o assunto, tanto
pra se posicionar a favor (muitos poucos argumentos válidos) quanto pra formar
posição contra a política de segurança pública da redução da maioridade penal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 13pt; line-height: 115%;">Abaixo, então, listo algumas
músicas que conheço e que falam sobre o tema da desigualdade social e de como a solução está na raiz do problema, e não nos seus sintomas, e que nos fazem (re)pensar a questão </span><span style="font-size: 13pt; line-height: 115%;">de menores infratores.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Pivete
- Chico Buarque<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">“No sinal fechado ele transa
chiclete. E se chama pivete. E pinta na janela. Capricha na flanela. Descola
uma bereta. Batalha na sarjeta E tem as pernas tortas”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/a2feGlwPZfg/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/a2feGlwPZfg?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Brejo
da Cruz - Chico Buarque</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">“A novidade que tem no Brejo
da Cruz é a criançada se alimentar de luz. Alucinados. Meninos ficando azuis. E
desencarnando, lá no Brejo da Cruz, Eletrizados cruzam os céus do Brasil. Na
rodoviária assumem formas mil. Uns vendem fumo. Tem uns que viram Jesus”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/3T8IlWG3b9g/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/3T8IlWG3b9g?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">O Meu Guri - Chico Buarque</b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">“Chega suado e veloz do
batente. Traz sempre um presente pra me encabular. Tanta corrente de ouro, seu
moço, que haja pescoço pra enfiar. Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro: chave,
caderneta, terço e patuá, um lenço e uma penca de documentos. Pra finalmente eu
me identificar: Olha aí! Olha aí! Ai, o meu guri, olha aí! Olha aí! É o meu
guri e ele chega!”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/ELKpKwG4rzo/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/ELKpKwG4rzo?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Problema
Social – Seu Jorge</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">“Mataria a minha fome sem ter
que roubar ninguém<br />
Juro que eu não conhecia a famosa Funabem<br />
Onde foi a minha morada desde os tempos de neném<br />
É ruim acordar de madrugada pra vender bala no trem”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/gmFfZjObmx8/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/gmFfZjObmx8?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Abismo
Das Almas Perdidas - Facção Central<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"> “<span style="color: #444444;">A mosca que se
alimenta de mortos voa de jato,</span><br style="text-align: start;" />
<span style="text-align: start;">sua proteína tá no sangue do menino soldado”.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/JoLvyzuMLyQ/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/JoLvyzuMLyQ?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"> </span><span style="color: #444444; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Maioridade penal - Nelson Maca</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">“Não viu o branco do arroz, não sabe o que é
feijão<br />
Na rua a cama é jornal, de papelão o cobertor<br />
O brinquedo não chegou, com o lápis se desapontou<br />
Primeiro água no chafariz, o fogo na pedra vem depois<br />
Pai e mãe nunca viu, mamou nas tetas do terror<br />
Cresceu nos braços da solidão, abraçado ao desamor”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/Z5iSJpu43hs/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/Z5iSJpu43hs?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Rap
Contra Redução da Maioridade Penal - Thiago Peixoto - Capella<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">“Nós criamos esse inimigo negando-lhes
passado, presente e futuro digno. Demos o mínimo do mínimo quando muito, pão e
abrigo, e ao invés de reparação, pensamos em mais um castigo?”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/D3ZvbT7TWgI/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/D3ZvbT7TWgI?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Racionais
Mc's - A Vida é Desafio<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">"Tem que acreditar. Desde
cedo a mãe da gente fala assim: 'Filho, por você ser preto, você tem que ser
duas vezes melhor.'<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Aí passado alguns anos eu
pensei: Como fazer duas vezes melhor, se você tá pelo menos cem vezes atrasado
pela escravidão, pela história, pelo preconceito, pelos traumas, pelas
psicoses... por tudo que aconteceu? Duas vezes melhor como?”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/52NT9cSWC_8/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/52NT9cSWC_8?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-28570073462772626232015-05-18T23:57:00.001-07:002015-05-19T00:04:48.168-07:00Usuário Craque - Sobre Dependência Química e Conflitos Éticos<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Li um comentário antigo nesse blog que me fez lembrar duma vez eu criei um outro blog que tratava da questão dos dependentes químicos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Era como se fosse um diário de um adicto em crack que vivia na rua. O projeto era migrar pra um livro, talvez. Eu era bem mais pretensioso que hoje. No rodapé da página havia um aviso claro de que era ficção, e que a história era uma forma de dar visibilidade a um problema tão presente e tão negligenciado, humanizar os dependentes químicos e mostrar como é em parte a vida nas ruas. Criei um passado de misérias e tragédias pro personagem, mostrando um pouco sobre como pessoas podem buscar fuga pela droga. Criei até o que hoje poderia ser uma hashtag: finalizava as postagens sempre com "TAMUJUNTO". A linguagem do personagem tinha que ser o mais próximo possível de alguém que vivia em condição de rua, na periferia, com gírias e erros ortográficos. Pesquisei sobre os assuntos relacionados, sobre como é essa vida, e até criei um post no blog oficial sobre como exigir do Estado o tratamento pra dependência (Aqui: <a href="http://rivasrevoluta.blogspot.com.br/2011/07/conheca-seus-direitos-ii-internacoes.html" target="_blank">Conheca seus direitos II</a></span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">)</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">O blog estourou sem eu fazer muita força. Divulguei pouco, mas logo já tinha quase mil visualizações por dia. Isso em 2009!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Foi aí que eu comecei a receber diariamente e-mails de gente que estava envolvida com minha história, contando seus relatos pessoais, desejando melhoras pro meu personagem. Eu fazia questão de deixar claro pras pessoas que me mandavam seus relatos que trava-se de uma crônica, não de algo propriamente real. Nenhuma me recriminou pelo que eu estava fazendo, algumas até me agradeceram. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">No fim, eram tantos os relatos, tantos e-mails com exemplos e pessoas desejando que meu personagem tivesse força contra o vício que eu entrei num conflito ético. Ao invés de matar meu personagem, consegui pra ele uma internação e ele iria ficar sem contato com o mundo externo por nove meses. Nesse tempo, esperei que os meus leitores tivessem sucesso na luta contra o vício do seus familiares e amigos. No fim, acho que ajudei algumas pessoas, que perceberam o adicto como um ser humano, com problemas e vontades, e sempre citava os nomes dos dependentes sobre os quais eu era informado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Os comentários do último post me deixaram bem emocionado. Foi o post em que um outro eu, dono da lan house onde o "usuáriocrack" postava no seu blog, depois de nove meses, relatava que a internação teve sucesso e que o blogueiro tinha enfim arranjado um emprego e estava terminando o segundo grau.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Foi em parte bom, apesar de "lucrar" com um problema real (nunca ganhei nada, só uma pequena notoriedade do blog), me ajudou bastante a entender o mundo das pessoas que lutam contra o preconceito em torno dos adictos e contra o vício, seu ou de pessoas próximas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Aí percebi que #tamojunto, independente de estarmos ou não dentro de uma situação de luta como essa.</span></div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-84404970778326236072014-07-14T16:33:00.000-07:002014-07-14T16:34:00.384-07:00Remédio de maconha II – A Obrigação do Estado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcHz-Nshlzheeg51ew6QjbeyuD6TnFsVrgbe_DbLUqPtO1QsxJ_xVweyqAnz9uxO0QAFdoRfyd0ThgFhwFio5AXDjvMUSYobsdhAetZNnDE6kfFn_OYLnq19lrPzro43RJdelopUf8hbgl/s1600/Cana2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcHz-Nshlzheeg51ew6QjbeyuD6TnFsVrgbe_DbLUqPtO1QsxJ_xVweyqAnz9uxO0QAFdoRfyd0ThgFhwFio5AXDjvMUSYobsdhAetZNnDE6kfFn_OYLnq19lrPzro43RJdelopUf8hbgl/s1600/Cana2.jpg" height="180" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Any, uma pequena
brasiliense de 5 anos, tinha cerca de 60 convulsões por semana. O Canabidiol (CDB) - medicamento a base de um composto da cannabis sativa -, praticamente zerou essas crises. Melhor ainda, o medicamento facilitou a ela o
desenvolvimento de suas funções.</span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O CDB não causa alteração
no comportamento do paciente, como se ele estivesse usando recreativamente a
erva. Assim como ninguém utiliza fezes e urina de animais e insetos na pele como perfume,
gordura de animais mortos como sabonete, veneno de animais peçonhentos como
remédios ou chupa cana-de-açúcar esperando ficar bêbados, as pessoas que usam
o Canabidiol o fazem pela necessidade e pela efetividade de um composto dos 60 princípios
ativos da planta cannabis sativa, não pra ficarem doidões.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfHAK9RvKjshC21-CLjKYCjuPICBd-J1-tEXIB6uAr3tQd6FYQyr-jqPtTOAVSmAuIsxlXbCO75wB0r8wp4DFYOb1EBcku56P_yvzY-z2Oiw35iUQJyth-4na44WBK0O-nSwhhgeh-hoki/s1600/Cana.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfHAK9RvKjshC21-CLjKYCjuPICBd-J1-tEXIB6uAr3tQd6FYQyr-jqPtTOAVSmAuIsxlXbCO75wB0r8wp4DFYOb1EBcku56P_yvzY-z2Oiw35iUQJyth-4na44WBK0O-nSwhhgeh-hoki/s1600/Cana.jpg" /></a><span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu protegendo a bilionária
indústria farmacêutica? Sou pragmático, se essa é uma saída válida pra doenças
graves como a epilepsia, e como vi duas entrevistas com mães de crianças que
sofrem de epilepsia, eu sou a favor. Posso até pensar que em breve farmácias de manipulação
podem estar criando medicamentos alternativos e mais baratos parecidos com o
Canabidiol.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não sou usuário de
maconha, tudo que vem em excesso é prejudicial, só que é uma imensa hipocrisia
não regulamentar urgentemente ao menos o uso medicinal de uma erva, sendo que em países bem
conservadores como os EUA o princípio ativo do CDB é vendido como suplemento
alimentar!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É obrigação do Estado não
só permitir, por meio da ANVISA, o uso e comercialização da droga, mas fornecer
aos pais como medicamento gratuito pelas farmácias populares. É o mínimo que se
espera de um país sério.<o:p></o:p></span></div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-33802367342441176502014-07-14T16:13:00.002-07:002014-07-14T16:20:12.600-07:00Remédio de Maconha I – A Prejudicial Hipocrisia Religiosa <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-Yt2rHvzQE-k/U8RjmBzCXQI/AAAAAAAAASY/DwoshMT-Ku0/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-Yt2rHvzQE-k/U8RjmBzCXQI/AAAAAAAAASY/DwoshMT-Ku0/s1600/download.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os religiosos querem que o
Estado não intervenha na sua responsabilidade de “criar/educar” os filhos por
meio de castigos físicos. São contra a “Lei da Palmada”. O lobby evangélico no
Congresso Nacional foi forte contra essa lei, inclusive ofenderam a Xuxa, que
defende a lei.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Essa mesma bancada
religiosa é contra a liberação do remédio Canabidiol (CBD) - derivado de
cannabis sativa sem princípio psicoativo -, que é utilizado por pessoas, na
maioria crianças, que sofrem com epilepsia. Assim, os religiosos ativistas são
contra e a favor da liberdade dos pais de criar, educar e influir na vida do
filho. Querem eles que o Estado intervenha, por meio da ANVISA, proibindo os pais de
darem o medicamento mais saudável que há pra esse tipo de doença só porque na
fórmula contém maconha, aliás, o princípio ativo da erva.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os efeitos colaterais desse medicamento são mínimos. Pra se ter uma ideia, há remédios para epilepsia que causam redução da visão periférica do paciente, e produzem pouco efeito. O único efeito adverso do Canabidiol é a sonolência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A saúde das pessoas não
deveria passar pelo discurso moralista religioso, sobretudo quanto à saúde de
crianças. Não há fundamento para proibir o remédio baseado na moralidade cristã
de não condenar certas substâncias e permitir outras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não que espero coerência
dos religiosos, mas, por favor, sejam menos hipócritas.<o:p></o:p></span></div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-28082692369371085342013-05-16T12:38:00.001-07:002013-05-16T17:37:21.623-07:00Rockonha<i style="font-family: Arial; font-size: 13pt; text-align: justify;">O outro lado de uma mesma história. O homem que foi traído pela mãe de seus filhos, morto por engano e avilanado por esta que é uma das mais belas canções da música popular brasileira.</i><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13pt;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-TFfuo0Fi9AM/UZV7KPncu1I/AAAAAAAAAQc/l_-wdOWglI8/s1600/Bras%C3%ADlia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="220" src="http://4.bp.blogspot.com/-TFfuo0Fi9AM/UZV7KPncu1I/AAAAAAAAAQc/l_-wdOWglI8/s400/Bras%C3%ADlia.jpg" width="400" /></a><span style="font-family: Arial; font-size: 13pt;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Arial; font-size: 13pt;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13pt;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial; font-size: large;"><b>Rockonha</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13pt;"><i><br /></i></span>
<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Arial; font-size: x-small;"><i>Por Rafael Rivas</i></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">A visão vai clareando, e Jeremias já pode ver o sorveteiro,
os repórteres e os agentes de TV que o filmavam. A adrenalina foi lentamente se
neutralizando pela respiração fria do traficante. Jeremias sente cheiro de pólvora
e escuta uma risada. Olha para suas mãos, entretanto, sua arma não foi
disparada. E à sua frente pode ver o destemido homem a quem chamam de Santo
Cristo deitado de bruços no asfalto. E se lembrou de quando era uma criança, e
de tudo que vivera até estar ali, em frente ao lote 14, na Ceilândia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">De menino bem criado por família de classe-média à
adolescente rebelde e arredio. A vida de Jeremias, um brasiliense caucasiano
filho de diplomatas, passou a acontecer quando ele fugiu de casa, indo morar
com colegas de faculdade em uma república da UNB. Cursava biologia, mas odiava
o curso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">Por ser bem relacionado, andava com os boyzinhos da cidade, praticando
pequenos delitos. Só que Jeremias era esperto, sabia que para bancar aluguel,
festas e o uso de drogas deveria começar traficar para os amigos. E as festas
foram aumentando, o tráfico se profissionalizando, e a “Rockonha”, apesar da
repressão militar e da polícia, fazendo sucesso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">Até que um dia apareceu um contrabandista baiano, chamado João
de Santo Cristo, que prometia acabar com o tráfico na cidade, junto com Pablo, um
peruano que morava na Bolívia. Ele costumava frequentar a Asa Norte, e ainda não
se bandeava para a Asa Sul, onde Jeremias dominava. Agora Jeremias já não era o
único traficante de renome de Brasília.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">Nas festas de rock, João passou a aliciar consumidores,
inclusive amigos de Jeremias, e logo já fazia parte de um pequeno bando que
roubava. Amador que era, o tal de Santo Cristo caiu no primeiro roubo, e
prometeu pegar todos os amigos de Jeremias, que, por serem filhinhos de papai, não
foram presos. Santo Cristo, preto e pobre, ficou anos preso. E lá fez sua
graduação no crime.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">Recluso juntamente com presos políticos, Santo Cristo virou
bandido destemido e temido no Distrito Federal. Diziam que não tinha nenhum
medo de polícia, capitão, traficante, playboy ou general.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">“Você perdeu sua vida, meu irmão! Você perdeu sua vida, meu irmão!”.
Jeremias não entendia as ameaças e as conseqüências da proposta indecorosa que
recusara. Não iria matar João a pedido de um general, só porque o baiano namorava
sua filha. Jeremias estava em Planaltina quando Pablo lhe disse que João de
Santo Cristo soubera da proposta do general, e queria conversar de perto. Chegou
a hora do enfrentamento inevitável.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">Jeremias organizou uma Rockonha e fez todo mundo dançar, a espera
do encontro com João. “Jeremias, maconheiro sem-vergonha, tua acha que é crente
mas não sabe nem rezar”. João, o ladrão de velhinhas carolas, era mais preto que
ele pensava. Como poderia comer todas as menininhas de sua cidade? Santo Cristo
lhe chamou pra briga, só que Jeremias viu a Winchester-22 e fugiu, desarmado. Logo
depois saiu no noticiário que Santo Cristo fora preso novamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">O tempo passa e um dia Jeremias conhece uma tão menina linda
numa Rockonha, e de todos seus pecados ele se arrependeu. Ela era filha de um general
perigoso, que acabara com a vida do último namorado dela. Contudo, Jeremias sempre
gostou de perigo, e prometeu eternamente seu coração a Maria Lúcia, casou-se
com ela e um filho nela ele fez. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">A criança já estava grande quando bate em sua porta Pablo, o primo
peruano de João, dizendo que o faroeste caboclo fugira da cadeia, era só ódio
por dentro e lhe chamava a um duelo. “Você pode escolher suas armas que ele
acaba com você, seu porco traidor. E mata também Maria Lúcia, aquela menina
falsa para quem João jurou eterno amor. Amanhã, às duas horas, na Ceilândia, em
frente ao lote 14, é lá que ele vai estar!”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">E Jeremias não sabia o que fazer quando viu o repórter da
televisão, dando notícia do duelo na TV, dizendo a hora o local e a razão. Ao ver
o boletim, Maria Lúcia correu para casa para explicar a Jeremias o que havia
acontecido: seu pai, o general perigoso, havia prometido acabar com seu
namorado, João de Santo Cristo, porque era caboclo, pobre e contrabandista. Revoltado,
depois que foi preso por culpa do general, João rebelou-se contra ela e aos
gritos mandou-a afastar-se dele, impondo-lhe a culpa da segunda prisão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">Ao sábado, dia do duelo, Jeremias pegou sua arma por
precaução e foi até o lote 14 da Ceilândia para explicar que nada tinha contra
João, que tudo não passava de um mal entendido. Apesar de traficante, Jeremias não
passava de um boyzinho sem muita coragem. Chegando lá, ultrapassou a multidão, ouviu
um tiro seco, uma risada e o povo aplaudindo, em seguida. O sol cegou seus olhos,
mas visão vai clareando, e ele já podia ver o sorveteiro, os repórteres e os
agentes de TV que filmavam tudo ali. A adrenalina foi lentamente neutralizada pela
respiração fria do traficante. Jeremias sentiu cheiro de pólvora, olhou para
suas mãos. Entretanto, não disparou com sua arma. João estava deitado de bruços,
ensanguentado, e Maria Lúcia correu em sua direção, com a Winchester-22 nas mãos, ajudando-o a se levantar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">“Jeremias eu sô hômi, coisa que você não é, e não atiro
pelas costas não. Olha pra cá filha da puta sem-vergonha, dá uma olhada no meu
sangue e vem sentir o teu perdão”. E Santo, Cristo com a Winchester-22, deu
cinco tiros em safado traidor, que correu revidando os tiros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">Na troca de balas, Jeremias, Santo Cristo e Maria Lúcia
foram atingidos; os três morreram baleados no coração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;">Por ter matado um traficante de renome, o povo declarou
que João de Santo Cristo era santo porque sabia morrer. E a alta burguesia da
cidade não acreditou na história que eles viram na TV. E Jeremias não conseguiu
o que queria quando veio pro duelo com João ter. Ele queria era falar pra Santo
Cristo que Pablo é quem queria lhe fazer... sofrer.</span></div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-11786594240609661992013-05-15T19:05:00.002-07:002013-05-15T19:08:13.860-07:00Médicos cubanos, espiões ninjas e a direita paranoica<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnv2mhK1DEPQag_99vWFQU1QEgENEx3yYxu8Dz3xADke6wkBLKetz20Vjuhxs7CgCBcuMfmw44T9iKzIsGvPsXiC66K6Etj9Cqm19BTAa0O-i0auKA3LHt6sBEQV2zSpZ9ZD9J63J9BcBN/s1600/Ninja.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnv2mhK1DEPQag_99vWFQU1QEgENEx3yYxu8Dz3xADke6wkBLKetz20Vjuhxs7CgCBcuMfmw44T9iKzIsGvPsXiC66K6Etj9Cqm19BTAa0O-i0auKA3LHt6sBEQV2zSpZ9ZD9J63J9BcBN/s320/Ninja.jpg" width="237" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Jaleco dos médicos-espiões-comunistas-ninjas<br />
cubanos.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Perderam de vez a linha.
Acabou-se a vergonha na cara. Eles escancararam a própria ignorância. É
impossível que não se sintam ridículos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">A direita pirou.
Experimentou maconha, depois que o FHC disse ser bom, e acabou exagerando na
dose.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br />
Um em cada cinco médicos cubanos que virão trabalhar no Brasil são espiões
comunistas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br />
Sério? Alguém aí ainda está na Guerra Fria? Estaria a direita precisando de
mais medicamentos?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Pois não é. É fato. Cuba,
uma superpotência econômica e bélica programa a vinda de médicos-espiões-maçons-iluminatis-comunistas-ninjas cubanos, altamente treinados para dominar, com o PT, o país. A começar pela derrubada da democracia, com
fortalecimento da PF, do MP, deixando o Congresso Nacional vetar suas medidas
provisórias, o STF condenar seus correligionários, deixando o MPF arquivar
denúncias contra opositores. É o apocalipse! Isso e a aprovação do casamento
gay.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Agora, vamos ao que
interessa. Este post é a última instância elucidativa sobre a questão da vinda
dos médicos estrangeiros, e tem, inclusive, um contraponto abaixo, dando
direito ao contraditório.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Tirem suas conclusões,
dissertem, discutam, debatam, comentem. Tamos aí pra isso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Tirado lá do <a href="http://www.advivo.com.br/">http://www.advivo.com.br</a>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">A questão da vinda dos
médicos cubanos para o Brasil</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Por Pedro Saraiva</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Sou médico e gostaria
de opinar sobre a gritaria em relação à vinda dos médicos cubanos ao Brasil.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Bom, como opinião
inteligente se constrói com o contraditório, vou tentar levantar aqui algumas
informações sobre a vinda de médicos cubanos para regiões pobres do Brasil que
ainda não vi serem abordadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">- O principal motivo de
reclamação dos médicos, da imprensa e do CFM seria uma suposta validação
automática dos diplomas destes médicos cubanos, coisa que em momento algum foi
afirmado por qualquer membro do governo. Pelo contrário, o próprio ministro da
saúde, Alexandre Padilha, já disse que concorda que a contratação de médicos
estrangeiros deve seguir critérios de qualidade e responsabilidade
profissional. Portanto, o governo não anunciou que trará médicos cubanos indiscriminadamente
para o país. Isto é uma interpretação desonesta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">- Acho estranho o governo
ter falado em atrair médicos cubanos, portugueses e espanhóis, e a gritaria ser
somente em relação aos médicos cubanos. Será que somente os médicos cubanos
precisam revalidar diploma? Sou médico e vivo em Portugal, posso garantir que
nos últimos anos conheci médicos portugueses e espanhóis que tinham nível
técnico de sofrível para terrível. E olha que segundo a OMS, Espanha e Portugal
têm, respectivamente, o 6º e o 11º melhores sistemas de saúde do mundo (não
tarda a Troika dar um jeito nesse excesso de qualidade). Profissional ruim há
em todos os lugares e profissões. Do jeito que o discurso está focado nos
médicos de Cuba, parece que o problema real não é bem a revalidação do diploma,
mas sim puro preconceito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">- Portugal já importa
médicos cubanos desde 2009. Aqui também há dificuldade de convencer os médicos
a ir trabalhar em regiões mais longínquos, afastadas dos grandes centros. Os
cubanos vieram estimulados pelo governo, fizeram prova e foram aprovados em
grande maioria (mais à frente vou dar maiores detalhes deste fato). A população
aprovou a vinda dos cubanos, e em 2012, sob pressão popular, o governo
português renovou a parceria, com amplo apoio dos pacientes. Portanto, um dos
países com melhores resultados na área de saúde do mundo importa médicos
cubanos e a população aprova o seu trabalho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">- Acho que é ponto pacífico
para todos que médicos estrangeiro tenham que ser submetidos a provas aí no
Brasil. Não faz sentido importar profissionais de baixa qualidade. Como já
disse, o próprio ministro da saúde diz concordar com isso. Eu mesmo fui
submetido a 5 provas aqui em Portugal para poder validar meu título de
especialista. As minhas provas foram voltadas a testar meus conhecimentos na
área em que iria atuar, que no caso é Nefrologia. Os cubanos que vieram
trabalhar em Medicina de família também foram submetidos a provas, para que o
governo tivesse o mínimo de controle sobre a sua qualidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Pois bem, na última leva, 60
médicos cubanos prestaram exame e 44 foram aprovados (73,3%). Fui procurar
dados sobre o Revalida, exame brasileiro para médicos estrangeiros e descobri
que no ano de 2012, de 182 médicos cubanos inscritos, apenas 20 foram aprovados
(10,9%). Há algo de estranho em tamanha dissociação. Será que estamos avaliando
corretamente os médicos estrangeiros? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Seria bem interessante que
nossos médicos se submetessem a este exame ao final do curso de medicina. Não
seria justo que os médicos brasileiros também só fossem autorizados a exercer
medicina se passassem no Valida? Se a preocupação é com a qualidade do
profissional que vai ser lançado no mercado de trabalho, o que importa se ele
foi formado no Brasil, em Cuba ou China? O CFM se diz tão preocupado com a
qualidade do médico cubano, mas não faz nada contra o grande negócio que se
tornaram as faculdades caça-níqueis de Medicina. No Brasil existe um exército
de médicos de qualidade pavorosa. Gente que não sabe a diferença entre esôfago
e traqueia, como eu já pude bem atestar. Porque tanto temor em relação à
qualidade dos estrangeiros e tanta complacência com os brasileiros? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">- Até agora não vi nem o CFM
nem a imprensa irem lá nas áreas mais carentes do Brasil perguntar o que a
população sem acesso à saúde acha de virem 6000 médicos cubanos para
atendê-los. Será que é melhor ficar sem médico do que ter médicos cubanos? É o
óbvio ululante que o ideal seria criar condições para que médicos brasileiros
se sentissem estimulados a ir trabalhar no interior. Mas em um país das
dimensões do Brasil e com a responsabilidade de tocar a medicina básica
pulverizada nas mãos de centenas de prefeitos, isso não vai ocorrer de uma hora
para outra. Na verdade, o governo até lançou nos últimos anos o Programa de
Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que oferece salários
mensais de R$ 8 mil e pontos na progressão de carreira para os médicos que vão
para as periferias. O problema é que até hoje só 4 mil médicos aceitaram participar
do programa. Não é só salário, faltam condições de trabalho. O que fazemos
então? vamos pedir para os mais pobres aguentar mais alguns anos até alguém
conseguir transformar o SUS naquilo que todos desejam? Vira lá para a criança
com diarreia ou para a mãe grávida sem pré-natal e diz para ela segurar as
pontas sem médico, porque os médicos do sul e sudeste do Brasil, que não querem
ir para o interior, acham que essa história de trazer médico cubano vai
desvalorizar a medicina do Brasil. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">- É bom lembrar que Cuba
exporta médicos para mais de 70 países. Os cubanos estão acostumados e aceitam
trabalhar em condições muito inferiores. Aliás, é nisso que eles são bons. Eles
fazem medicina preventiva em massa, que é muito mais barata, e com grandes
resultados. Durante o terremoto do Haiti, quem evitou uma catástrofe ainda
maior foram os médicos cubanos. Em poucas semanas os médicos dos países ricos
deram no pé e deixaram centenas de milhares de pessoas sem auxílio médico. Se
não fosse Cuba e seus médicos, haveria uma tragédia humanitária de proporções
dantescas. Até o New England Journal of Medicine, a revista mais respeitada de
medicina do mundo, fez há poucos meses um artigo sobre a medicina em Cuba. O
destaque vai exatamente para a capacidade do país em fazer medicina de
qualidade com recursos baixíssimos (<a href="http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMp1215226" title="http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMp1215226">http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMp1215226</a>).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">- Com muito menos recursos,
a medicina de Cuba dá um banho em resultados na medicina brasileira. É no
mínimo uma grande arrogância achar que os médicos cubanos não estão preparados
para praticar medicina básica aqui no Brasil. O CFM diz que a medicina de Cuba
é de má qualidade, mas não explica por que a saúde dos cubanos, como muito
menos recursos tecnológicos e com uma suposta inferioridade qualitativa, tem
índices de saúde infinitamente melhores que a do Brasil e semelhantes à
avançada medicina americana (dados da OMS).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">- Agora, ninguém tem que ir
cobrar do médico cubano que ele saiba fazer cirurgia de válvula cardíaca ou que
seja mestre em dar laudos de ressonância magnética. Eles não vêm para cá para
trabalhar em medicina nuclear ou para fazer hemodiálises nos pacientes.
Medicina altamente tecnológica e ultra especializada não diminui mortalidade
infantil, não diminui mortalidade materna, não previne verminose, não
conscientiza a população em relação a cuidados de saúde, não trata diarreia de
criança, não aumenta cobertura vacinal, nem atua na área de prevenção. É isso
que parece não entrar na cabeça de médicos que são formados para serem
superespecialistas, de forma a suprir a necessidade uma medicina privada e
altamente tecnológica. Atenção! O governo que trazer médicos para tratar
diarreia e desidratação! Não é preciso grande estrutura para fazer o mínimo.
Essa população mais pobre não tem o mínimo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Que venham os médicos
cubanos, que eles façam o Revalida, mas que eles sejam avaliados em relação
àquilo que se espera deles. Se os médicos ricos do sul maravilha não querem ir
para o interior, que continuem lutando por melhores condições de trabalho, que
cobrem dos governos em todas as esferas, não só da Federal, melhores condições
de carreia, mas que ao menos se sensibilizem com aqueles que não podem esperar
anos pela mudança do sistema, e aceitem de bom grado os colegas estrangeiros
que se dispõe a vir aqui salvar vidas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 13pt; line-height: 115%;">Infelizmente até a classe
médica aderiu ao ativismo de Facebook. O cara lê a Veja ou O Globo, se revolta
com o governo, vai no Facebook, repete meia dúzia de clichês ou frases feitas e
sente que já exerceu sua cidadania. Enquanto isso, a população carente, que nem
sabe o que é Facebook morre à </span><span style="font-size: 17px; line-height: 19px;">míngua</span><span style="font-size: 13pt; line-height: 115%;">, sem atendimento médico brasileiro ou cubano.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">----------------------------------------------------<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Por Gisele Katia Camara
Oliveira</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span><br />
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b>
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Os Médicos Brasileiros e
Saúde no Brasil</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13pt; line-height: 115%;"> </span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Boa Noite Nassif, Abro
minhas ponderações com uma postagem de minha sobrinha Lívia de Oliveira
Antunes, jovem médica, no facebook:"Eu gostaria sinceramente de achar
algum ponto positivo na vinda dos médicos cubanos para o Brasil... qualquer ponto
que seja... deixando os meus interesses pessoais de lado e pensando unicamente
na população que necessita do atendimento, assim eu sofreria menos...</span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br />
Agora se tratando do fato de eu ser uma profissional da área de saúde e na
maior parte do tempo após a minha conclusão ter atuado no sistema público, sei
com toda convicção que o problema principal não está na falta de profissionais,
mas sim na falta de estrutura para exercermos a medicina...</span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br />
A verba destinada à saúde se fosse utilizada na saúde resolveria grande parte das
angústias de nossa população... triste é que está verba acaba se perdendo nos
“paraísos fiscais” nas contas de políticos corruptos, FDPs, desgraçados e sem
alma que não se importam em matar muitas pessoas desde que seu patrimônio
pessoal esteja em ascensão....</span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br />
6 mil médicos não resolvem... nem 12 mil... nem 50 mil.... o médico sozinho não
consegue salvar vidas... <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Sempre fui completamente a
favor da forma de administrar o país pensando nos menos favorecido... sou a
favor de todas as “bolsas” e das “cotas” da vida... e, sou uma pessoa que ainda
acredito na política...</span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br />
Agora querer trazer profissionais sendo que o que falta é instrumento para
trabalho, pra mim é a mesma coisa de contratar um monte de padeiro, só que
problema é a falta de farinha!!!</span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br />
E se tem a falta de farinha... é pq o entregador FDP descarregou no seu terreno
particular!"<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br />
A classe médica brasileira está paralisada com a vinda de 6000 médicos cubanos,
com diplomas não revalidados no Brasil, sem que tenhamos sido chamados para o
debate com o Governo. Sabemos que a postura: não venham os cubanos pois isso é
ruim para a classe médica brasileira, não funciona, pois tem algo maior que é o
atendimento em saúde da população brasileira. Temos consciência de que se
quisermos ser ouvidos e respeitados como classe, precisamos encarar o desafio
de construir propostas para realmente resolver a demanda de grande
parte da população brasileira que não tem acesso a saúde.<br />
<br />
Seria o momento de União de todas entidades médicas CFM, CRMs, Sindicatos,
FENAM, ANMP para criar uma estratégia conjunta de ação:1) Análise dos reais motivos pelos quais não se consegue fixar médicos em
determinadas regiões. (falta de plano de carreira, falta de estrutura de
trabalho, falta de acesso a qualificação...)<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">2) Argumentação mostrando
que não basta apenas ter médico para se ter saúde, essa visão simplista na
verdade é uma maquiagem para iludir a população e possibilitar os grandes
desvios de verbas da saúde.</span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br />
3) Estudo do percentual de verbas da saúde que é desviado e não chega a
população.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">4) Criação de uma proposta
conjunta considerando os ítens anteriores para se resolver a ausência de
médicos em determinadas regiões, mas que esses venham para trazer saúde não
para maquiar a realidade e iludir a população.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">5) Colocar toda classe
médica para dialogar com o governo no sentido de realmente resolver o
problema, criando um plano de carreira para os médicos do SUS,
utilizando médicos das forças armadas, o trabalho de recém formados do
PROUNI-FIES, fornecendo qualificação continuada aos profissionais de saúde,
criando uma estrutura de trabalho adequada... <b>Que os médicos venham
para realmente trazer saúde.</b><br />
<b>O objetivo primordial de um Governo é proteger seus cidadãos.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Gisele Katia Camara Oliveira<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Médica do SUS em Amparo-SP</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Fonte: </span><a href="http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-questao-da-vinda-dos-medicos-cubanos-para-o-brasil">http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-questao-da-vinda-dos-medicos-cubanos-para-o-brasil</a></div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-25235608876166174742013-04-18T20:15:00.000-07:002013-04-18T20:50:54.176-07:00A Saideira que Evitaria a Segunda Guerra Mundial<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">A BBC publicou uma
reportagem que levanta um fato histórico extraordinário.</span><br />
<div class="MsoNormal">
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Em um determinado
período de tempo do ano de 1913, cinco pessoas, que tiveram papéis
determinantes na história do séc. XX, moraram no mesmo local. Viena, então
capital do Império Austro-Húngaro, hoje capital da Áustria, foi habitada por
Adolf Hitler, Joseph Stalin, Leon Trotsky, Sigmund Freud e Joseph Tito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Pra ler a matéria completa
clique <a href="http://www.cartacapital.com.br/internacional/hitler-stalin-trotsky-freud-e-tito-moraram-no-mesmo-lugar-em-1913/">aqui</a>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="http://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2013/03/Stalin-2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Stalin 2" border="0" class="wp-image-113555 " height="217" src="http://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2013/03/Stalin-2.jpg" width="320" /></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Agora, num exercício de
abstração, imagine que, em 1913, esses cinco caras sentaram numa
roda de bar em Viena, tomaram uma cerveja e criaram certo laço de amizade. Hoje
se discute bastante nos bares, sobretudo já bêbado, e vemos amigos de
reacionários a esquerdistas que debatem, sem contudo perder o afeto entre si.
A amizade desses 5 caras possivelmente evitaria a Segunda Guerra Mundial. E
muitas outras coisas ruins que vieram depois disso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br />
Stalin e</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 19px;"> </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 19px;">Trotsky </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">não seriam inimigos, e, junto com Lênin, derrubariam o czar e formariam uma república
independente, próspera e justa. Tito se tornaria um bom Ministro da Indústria da URSS,
e Freud poderia tratar os problemas psicológicos do jovem Hitler, que teria se
tornado um bom pintor.<br /><br />Imagine Hitler sentado no divã de um judeu contando sobre sua infância pobre na Áustria, e como os três marxistas acima lhe ajudaram a reerguer a Alemanha!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br />
Talvez Freud conseguisse curar até von Mises e Hayek - outros dois menos importantes que viveram no mesmo lugar nesse ano -, evitando que décadas mais
tarde Allende fosse assassinado e Pinochet provocasse 40 mil mortes, com a
ajuda dos EUA (país que sequer teria relevância no cenário internacional).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br />
Seria um mundo mais Viena e menos Holocausto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br />
Que coisa doida, tantas vidas ceifadas por um ano de cervejada que poderia ter
acontecido, mas não aconteceu, infelizmente.<br /><br /><br />Portanto, bebamos e sejamos amigos, apesar das diferenças ideológicas. Muita coisa pode sair de um debate entre amigos. A troca de experiências e conhecimentos é, talvez, a coisa mais saudável - depois da cerveja - que se possa fazer em sociedade.<br /><br />Quem sabe assim estejamos evitando a Quarta Guerra Mundial?!<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-16744734700650416282013-04-16T19:43:00.001-07:002013-04-21T20:29:47.447-07:00Puerpério<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">- Recomendo aos leitores que não têm estômago nem começar a ler, pois é um texto pesado e forte, apesar do falso-leve do enredo.</i></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<b style="font-size: 13pt; line-height: 115%;">Puerpério*</b></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdFFC_6YDENz43p2BVJgvBIu9Ts4SQkK_e-GaaZn2UZ_DhGjnJRxzYCURvUwn4VlB2MUsPAWQj2J9XWJMsdIdpopf2hXq7HdEfStmgDG57mc6swfLPNewurm-b4F8i1NO7SMD9yNG0Pxzz/s1600/Puerp%C3%A9rio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdFFC_6YDENz43p2BVJgvBIu9Ts4SQkK_e-GaaZn2UZ_DhGjnJRxzYCURvUwn4VlB2MUsPAWQj2J9XWJMsdIdpopf2hXq7HdEfStmgDG57mc6swfLPNewurm-b4F8i1NO7SMD9yNG0Pxzz/s320/Puerp%C3%A9rio.jpg" title="*Purpério: período pós-parto." width="251" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">*Puerpério: período pós-parto.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Era quase impossível de
acreditar. Após longos anos tentando engravidar, finalmente Simone sentia os
primeiros sintomas da tão esperada gestação. Sempre foi magra, e percebia que
sua imensa vontade de ser mãe se realizara na medida em que aumentava gradativamente
com a dilatação de seu abdômen. Havia 2 meses que sua menstruação não descia. Alberto,
seu marido, logo que ficou sabendo da boa nova, tirou um empréstimo no banco
pra construir um anexo para o bebê, e com o que sobrou pegou a patroa e foi às
compras. Decidiram comprar tudo em cores neutras, pois não sabiam o sexo do
bebê ainda. Por ser cedo e a barriga de pouca ampliação, decidiram adiar o pré-natal
até poder saber o sexo do bebê. Já com o quartinho quase pronto, Simone passou
a se dedicar a aulas de tricô, enquanto Alberto baixava tutoriais e vídeos de
como ser pai de primeira viagem. Com o primeiro sapatinho de lã pronto, as
paredes pintadas e enfeitadas, e após incontáveis horas de vídeos no <i>Youtube</i>, o casal já se sentia pronto e à vontade com a ideia do filho.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Chegou o que Simone
acreditava ser a metade do quarto mês de gestação, pelo tempo de amenorreia. Era
hora do tão esperado pré-natal, o dia em que veriam o bebê, ouviriam as batidas
do seu coração em ritmo acelerado, suas perninhas e dedinhos, talvez até um
pintinho ou a falta dele, indicando o sexo. Alberto queria um menino, torcedor
do Avenida como ele. Por Simone tanto fazia, orava por uma criança linda e
saudável, embora torcesse em segredo que fosse menina, um pouco por ciúmes outro
tanto pelo prazer de contradizer o pai babão. Simone trajou seu macacão, ainda
um pouco folgado pela barriga das 15 semanas, pegou o marido e foi ao obstetra
para conhecer o mais novo membro da família.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Deitada sobre a maca, com um
incontrolável sorriso nos lábios, Simone sente com frio o médico passando o gel
sobre seu útero. O Doutor olhou para o ultrassom, coçou a barba desligou o
aparelho de vídeo. Percorreu por toda a barriga dela com o estetoscópio, e ela já
não aguentava de ansiosa pra escutar o coração do bebê no computador. Lacrimejando,
disse ao médico que sentia chutes nos últimos dias, sobretudo à noite, e que mal
via a hora de ele, ou ela, nascer e dar seu primeiro grito de liberdade. Desconstruindo
aos poucos aquele semblante de obstetra brincalhão, o médico diz em tom baixo,
preocupado e quase inaudível: “talvez as notícias não sejam tão boas”. Alberto,
aflito, pega no braço do médico e pergunta assustado: “o que há com meu filho,
doutor?”. “Este é o problema. Temo que não haja feto no útero de sua mulher”. “Como
assim”, pergunta Alberto assustado, enquanto Simone, incrédula, começa a chorar convulsivamente.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">- “É um caso raro, se chama
pseudociese, ou gravidez psicológica”, prosseguiu o médico. “É um transtorno
emotivo, e pode acontecer quando a mulher quer muito ter um filho, ou quando
tem muito medo de engravidar. Vou pedir um exame de HCG pra confirmar, mas
acredito que a ausência de feto já me dê base pra afirmar que infelizmente não
existe bebê no seu ventre. Vou recomendar um psicólogo que sei ser muito bom
pra casos como esse”, mas, antes que ele termine de falar, Simone se veste num
pulo e sai do consultório às pressas, tendo Alberto em seu encalço. Simone
desceu correndo as escadas até dar na sarjeta do prédio, onde acocorou e chorou
baixinho, sendo abraçada logo em seguida por um Alberto ofegante.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Passaram-se quase dois meses
desde a consulta, que não voltou a acontecer, e Simone contava agora com 24
semanas de gravidez. Os enjoos aumentavam como suas mamas e seu ventre, seu humor
oscilava bastante durante o dia, passava as noites em claro. Isso deixava
Alberto cada vez mais furioso. Simone teimava em continuar o tricô, jogava pratos
no chão gritando, logo depois agarrava-se aos pelos do marido chorando, e se
jogava aos seus pés. Mas só ele aceitava que Simone levava na barriga um filho fantasma,
um feto inexistente, pois ela se recusou a acreditar no diagnóstico, não via
motivos para um tratamento psicológico, decidindo assim a levar a gestação quimérica
até o parto. Após uma briga feia, Aberto decidiu sair de casa, com a mesma roupa
que trajava, abandonando de vez a mulher pseudográvida e completamente perturbada.
Determinada, Simone ia ser mãe solteira, e nem iria registrar o bebê – que
agora mais do que nunca ela queria menina – com o sobrenome do pai covarde. Daria
o nome de Marlene à criança, nome de sua mãe, pra abespinhar o agora ex-marido,
sabendo que eles se odiavam desde sempre. Diria à filha que ela foi gerada por
fertilização <i>in vitro</i>, como produção
independente por sua imensa vontade de ser mãe, julgava que a filha lhe
absolveria, e se emocionava cada vez que pensava nos olhinhos dela ao mamar no
seu seio.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Contavam vinte e nove semanas
da ilusão que Simone carregava no ventre quando dores fortes tomaram conta de
todo seu corpo e uma poça de água se fez no carpete do quartinho da Marlene. “Ainda
não está na hora”, ela pensou desesperada. Foi até o banheiro pra pegar a maleta
do bebê quando um forte espasmo a jogou pra trás, derrubando-a de sua própria
altura e fazendo com que ela batesse com a cabeça na quina da banheira. Minutos
depois, ainda com a vista anuviada, Simone acorda, vê sangue na banheira, vê
sangue no vestido e percebe que não há mais tempo, a dilatação indica que a criança
está chegando. A dor abdominal é insuportável, ela desmaia por segundos algumas
vezes até erguer-se num só respiro e sentir algo descendo sobre suas pernas
molhadas. Ela agarra no ar e fecha os olhos, erguendo o bebê ainda quente em suas
mãos. Esperando ouvir o choro, ela abre lentamente os olhos e percebe que deu luz
à sua própria placenta. Uma placenta vazia, pegajosa e nojenta, que ela pega e
atira na parede com força, provocando uma explosão de líquido incolor pastoso. Num
acesso de raiva e melancolia, Simone atira sua cabeça contra o espelho do lavabo,
quebrando-o em vários pedaços. Com as mãos trêmulas, pega o celular que estava
sobre o mármore da pia e disca errante para o número de Alberto. O líquido vermelho
escorre às bicas pelo seu rosto, pingam de seus cabelos e o telefone fica
vermelho de tanto sangue.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 13pt; line-height: 115%;">Alberto demora
propositalmente para atender, pois não quer falar com a ex-mulher. No entanto, mesmo
não sabendo do risco de vida dela, e comovido pelo toque cuja melodia era a primeira
música que eles ouviram juntos, ele decide atendê-la. “Alô”, ele diz. É
tarde: Simone deixa cair de sua mão o celular, cata com cada mão os mais afiados fragmentos do espelho arruinado na cuba da pia, olha no reflexo sua imagem
sumindo em uma nuvem negra e numa só investida ataca os próprios pulsos. Ao chão,
ela ainda consegue dar o último suspiro de vida ouvindo no telefone: “Simone,
meu amor, você está bem?”.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><i><span style="font-size: 13pt; line-height: 115%;">- Apesar de não gostar de explicar o que eu escrevo, deixando assim a livre interpretação, digo que escrevi essa história pensando nas pessoas que ficam cegas por suas convicções, que muitas vezes recusam ajuda e afastam aqueles que as amam por uma </span><span style="font-size: 17px; line-height: 19px;">obsessão, um objetivo inalcançável.</span></i></span></div>
</div>
<br />RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-30075252965470445092013-04-07T14:31:00.000-07:002015-08-19T16:42:55.119-07:00Crossroads<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM99npFPLCIFd_M5r3vqghS9dKB3sudaCDehB-O0YJe-S5nfjtOW_Z3UFFBdE0REpPeoN42pswVx3hTecGx7fxU2dnPjNLDjPwEjQ_pC8xeMHae9j2QG_l3_UvCjYsFM7DvtXib_mggoxq/s1600/terno_feito_sob_medida__dicas_de_alexandre_taleb_71732.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM99npFPLCIFd_M5r3vqghS9dKB3sudaCDehB-O0YJe-S5nfjtOW_Z3UFFBdE0REpPeoN42pswVx3hTecGx7fxU2dnPjNLDjPwEjQ_pC8xeMHae9j2QG_l3_UvCjYsFM7DvtXib_mggoxq/s1600/terno_feito_sob_medida__dicas_de_alexandre_taleb_71732.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 150%;">Duas horas numa fila de
supermercado. A operadora do caixa, uma loira baixinha, daquelas gorduchas
cujas roupas são menores que seu manequim, mastiga lentamente seu chiclete, com
a mesma displicência com que passa os produtos no leitor óptico. O empacotador,
que é portador de síndrome de Down, deposita as compras na sacola com extremo esmero,
como se estivesse ajeitando taças numa prateleira de cristais. A cena me comove
um pouco, a vontade que ele tem de ser útil mesmo com as limitações, comparo
meus problemas com os dele, mas faz meia hora que tem apenas dois carrinhos na
minha frente e a caixa loira gorducha continua fazendo corpo mole. O careca da
minha frente parece menos impaciente que eu, pois deve ter percorrido uns </span><st1:metricconverter productid="5 quilmetros" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 150%;" w:st="on">5 quilômetros</st1:metricconverter><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 150%;"> de
supermercado com a mulher, uma morena de trajes sumários que não para de falar
um minuto das duas horas em que estou atrás deles. Ao contrário dos seus
cabelos, que sacaram a chatice da tagarela e sumiram há anos, este homem deve
ser daqueles resignados por natureza, passivo, apático, pois seu semblante
lembra o de um aposentado que espera – ou deseja – a morte. O que está sendo
atendido no caixa - um senhor de cabelos grisalhos, magro e adequadamente
vestido -, se irrita com o cartão de crédito, pergunta pra filha se foi ela
quem estourou o limite, reclama da máquina que não cospe o maldito bilhete
azul, do governo que lhe cobra impostos exorbitantes nos produtos, da economia brasileira
“que vai de mal a pior”, do ar-condicionado desligado, do aquecimento global,
da vontade de mijar. Pergunto-me se comprei tudo, a massa, o molho, o absorvente
sem abas da minha mulher, os ovos de páscoa das crianças. Se não, deixo pra
outro dia, porque hoje tá difícil fazer qualquer outra coisa a não ser aguardar.
E sair da fila pra ficar mais duas horas de fila depois não é uma opção.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="font-size: 13pt; line-height: 150%;">Exausto, deposito os braços cruzados sobre o
manete do carrinho, deito a cabeça neles e fecho os olhos, respiro bem fundo e
sinto tudo em volta sumir. A música, o locutor de ofertas, a tagarela, o
reclamão, a filha envergonhada. Aperto os olhos nos braços e começo a ver
dezenas de bolas coloridas, como se fossem rosquinhas, abrindo e fechando, um
caleidoscópio de cores com uns pontos brancos se abrindo, da mesma forma como
brincava de olhos fechados na infância. O murmurinho do mercado todo vai
sumindo, dando lugar a um sentimento inédito de paz, algo que nunca havia
sentido antes. Até que sinto um cheiro ruim que me obriga a levantar e abrir os
olhos. O cheiro vem junto com uma luz muito forte, que não sei se é porque eu
estava apertando tanto os olhos e a luminosidade do ambiente me cegou, mas me
sinto um recém-nascido que abre os olhos pela primeira vez. Na medida em que
minha visão vai voltando a distinguir as coisas, cores e formatos vejo que o
careca da minha frente e sua mulher sumiram. O cara chato do cartão, a filha
pródiga, a caixa lerda, o empacotador Down, todo mundo some, até quem estava
atrás de mim. Olho tudo ao redor, e só há um homem, vestindo terno preto,
gravata azul e cabelos negros penteado pra trás. Ele me fita encostado numa
parede há uns </span><st1:metricconverter productid="10 metros" style="font-size: 13pt; line-height: 150%;" w:st="on">10 metros</st1:metricconverter><span style="font-size: 13pt; line-height: 150%;">
em frente ao caixa. Está fumando um cigarro, e me pergunto quem hoje em dia fuma cigarros num supermercado. Olha como se não fosse surpresa o fato de toda aquela gente
ter sumido assim. Olha como se me conhecesse, como se quisesse ter apenas a mim
ali, e eu olho pra ele como que perguntando por que só ele e eu permanecemos no
supermercado. Deve ser um segurança, e penso que viajei por horas no
caleidoscópio coloridos dos meus olhos fechados e agora o mercado tem de fechar. Me parece óbvio um segurança no final do expediente acender um cigarro esperando o último cliente </span><span style="font-size: 17px; line-height: 26px;">inconveniente</span><span style="font-size: 13pt; line-height: 150%;"> sair.<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">“Boa noite”, ele me saúda, olhando tão dentro
dos meus olhos que minha espinha estremece feito bambu verde. “Conheço você?”,
pergunto, agarrando forte com as mãos já suadas o manete do carrinho de
compras, que está igualmente vazio, como o supermercado a minha volta. “Vim pra
te levar pra casa”, ele responde vindo em minha direção, tão malemolente que
nem parece passar uma perna sobre a outra, anda como se flutuasse. A voz não parece vir
da boca dele também, fala dentro da minha cabeça, o som parece estar colado ao
meu ouvido. Num piscar ele já se encontra em minha frente, recostado com o
cotovelo sobre o caixa, e continua com os olhos no fundo da Minh‘alma. Pensei:
“pronto, pirei!” Em tom jocoso, posto que não cria naquela situação, pergunto
se ele é a Morte, mas a resposta dele é ainda mais audaz, com uma voz sedutora:
- “Sou o Diabo”. “Então não vou morrer?”, rebato. Deixo transparecer meu
nervosismo com a situação. Digo que não tenho tempo para piadas de mau gosto, imagino
ser um daqueles programas vespertinos de domingo, procuro as câmeras, o
apresentador, minha mulher que deve estar rindo muito de mim atrás de algum
biombo, e ele me pega pelo braço; - “Teu tempo acabou. Pra tipos com tu, a Morte
apenas não toa”. Sua mão gélida esfria meu corpo inteiro, e já me sinto morto. -
“Encarregaram-me deste fardo, carregar almas como a tua direto pro inferno”. A
vida nunca me pareceu tão boa quanto agora, que me sinto extinto. - “E qual a
razão de o próprio Lúcifer vir me buscar, que vida tão indigna da morte eu
tive?”, digo a ele, já resignado.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">- A vida de ceticismo, de ateísmo niilista.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">- Então o próprio Deus deveria baixar aqui,
para que eu fosse então julgado por aquele cuja existência eu duvidava e até
mesmo tentava convencer <st1:personname productid="em quem Nele" w:st="on">em
quem Nele</st1:personname> cria.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">- E o que sou eu, senão Deus em Sua forma
mais pura e sincera? Sou eu, dentre todas, a face Dele que ninguém espera ver
quando parte. Sou a parte mais piedosa de Deus, Sua manifestação mais cínica, a
expressão máxima da Sua vontade posta em prática.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">- E por que não temo mais tua presença?<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">- Agora tu fazes parte de mim, e o inferno
nada mais é do que a inexistência da alma, a morte do espírito, o esquecimento
pleno, o nunca ter existido.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">- Me parece o esquecimento uma boa forma de
deixar pra trás uma vida de incertezas. Passei a vida inteira acreditando que o
Diabo era mal por natureza.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">- Homens que acreditam saber o que é Deus, o
que ele pensa ou diz, falam essas e outras asneiras. Não há anjo decaído, não
há alma a ser resgatada. Não existe Deus, não existe o Diabo! Senhor? Senhor?</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 150%;"> Dinheiro ou cartão, senhor?"</span></div>
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">- Hãn?<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">- Dinheiro ou cartão?<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">- No
cartão. Crédito, por favor.<o:p></o:p></span></div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-63774873044670612432013-03-06T18:32:00.002-08:002013-03-06T18:33:59.840-08:00Uma breve história da histeria corporativa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiEk5lny5TZbmBsZ8ASX8yzntsBVw2VNe-4yf10Q7zScQWBBWV8fucjqGvlwTG5axg-GQff21eApd8ELgtTZUhSIpZInbfym8TYDXd0-3SAgkXJywhDf_niuBKa-9sy6fQ2EcLm1CR3ghh/s1600/Uma+breve+hist%C3%B3ria+da+histeria+corporativa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiEk5lny5TZbmBsZ8ASX8yzntsBVw2VNe-4yf10Q7zScQWBBWV8fucjqGvlwTG5axg-GQff21eApd8ELgtTZUhSIpZInbfym8TYDXd0-3SAgkXJywhDf_niuBKa-9sy6fQ2EcLm1CR3ghh/s640/Uma+breve+hist%C3%B3ria+da+histeria+corporativa.jpg" width="565" /></a></div>
<br />RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-29030908844096781862013-01-20T17:38:00.000-08:002013-01-20T17:40:12.851-08:00A Remissão<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Gilberto era filho de
agricultores e tinha três anos quando seu pai, homem rude e de poucas frases,
levou a família inteira para tentar a vida na cidade grande. O pai de Gilberto
começou fazendo alguns biscates de pedreiro, um ou outro serviço de elétrica,
eventualmente algum trabalho mais complexo. Porém, os anos se passaram, o pai
de Gilberto ficou velho, e com os anos escassearam os bicos. Ainda não adaptado
à vida moderna da cidade, sentindo-se fora do seu contexto, por sua decisão,
acabou fazendo a família inteira passar fome e frio. No dia em que Gilberto
completou oito anos, seu pai se suicidou no banheiro, usando sua velha arma
enferrujada que trouxera do campo. O tiro seco, que Betinho pensou ser um rojão
por seu aniversário, mudou a vida dele e de sua família pra sempre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Embora sua história tenha sido
trágica, os traços da personalidade avessa de Gilberto já eram visíveis desde
sua infância no campo. Todos já notavam como ele não sentia remorso, como
parecia gelado e distante. Não demonstrava sentimentos. Embora seu pai fosse um
homem de poucas palavras, Betinho tinha um olhar muito mais remoto. Na época de
colégio, quando era flagrado afogando pequenos animais na privada, limitava-se
a expressar um sorriso no canto da boca. Tanto eram fortes os indícios da
psicopatia de Gilberto que sua mãe era a única que não lhe chamava de “Betinho”,
como era de se esperar uma mãe chamar um Gilberto inda criança.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Cresceu e nada de mudar. Na
adolescência, criado pela cidade suburbana, cada vez mais desabrido, andava
sempre com os “barras pesada”. Era o pior do bando. Fumava desde os 13, e,
sempre que podia, praticava alguma maldade a outra pessoa. Roubou diversas
vezes. De ricos a pobres. Furtava discos, revistas, quinquilharias de toda
espécie, apenas por prazer ou pela adrenalina. Algumas vezes meteu-se a pichar
muros, escrevendo seu apelido, “Manson”, alcunha essa nada distante do que
realmente era a personalidade do rapaz. Alguns mendigos o conheciam pela sua
truculência, violência e rebeldia. Depois que sua mãe morreu de câncer de
pulmão, quando não estava preso por algum delito, dormia em albergues ou
debaixo de alguma ponte fétida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Constituiu família, depois
de conseguir um ou dois empregos informais. Ébrio habitual espancava
eventualmente a esposa e os filhos. Bebia cada dia mais. Estava numa estrada
sem retorno para o inferno. Traições, surras, bebedeiras, xingamentos,
demissões, prisões; essa era a sua rotina e de sua família. Todos sabiam que
esse homem havia sido molestado pelo padrasto, depois que seu pai deu cabo da
própria vida. Mas, mesmo entendendo a revolta, ninguém o suportava mais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Num dia comum, um dos únicos
que estivesse totalmente sóbrio, talvez o dia mais lúcido desde que nascera, Gilberto,
andando com suas botas de couro velho pelas ruas do centro da cidade,
observando tudo e todos a sua volta, percebeu uma situação estranha. Atravessou
a Avenida Ipiranga e, com os olhos, acompanhou uma senhora de cadeira de rodas
que atravessava contra ele. Repentinamente, tentando subir no cordão da calçada
à esquerda da rua, que era muito alto, essa senhora, inclinando seu corpo para
trás, virou a cadeira e caiu com o corpo quase que totalmente no meio da rua
que atravessara. Ao observar isso, Gilberto virou o rosto e olhou
instintivamente para o fluxo da rua, percebendo um carro se aproximava muito
rapidamente em direção à mulher. Na certa esmagaria por completo seu frágil
corpo. Nesse comenos, que durou quase três segundos, Gilberto correu em direção
à mulher, pondo-se a frente do motorista que, logo ao perceber o que se passava,
frenou decididamente, derrapou para o lado direito acertando em cheio as pernas
de Gilberto, que, com o impacto, foi arremessado há 7 metros. Caiu feito pacote
flácido no asfalto e rolou mais uns <st1:metricconverter productid="3 metros" w:st="on">3 metros</st1:metricconverter>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Gilberto morreu na hora.
Quebrou seu pescoço quando rolou desajeitado pelo chão, com muitas escoriações
e diversas fraturas no crânio. Havia uma auréola de sangue em volta de sua
cabeça. O motorista conseguiu parar o carro logo depois do choque, antes de
causar maiores danos à incolumidade do público que, naquele momento, quedava-se
inerte e silente, como se o tempo tivesse parado naquele átimo. A mulher, com a
ajuda de outros transeuntes, sentou-se em sua cadeira, após ter assistido
deitada a toda aquela cena hollywoodiana. Olhou para aquele corpo
estendido e saiu, retornando a seu destino, até então interrompido pelo tombo.</span></div>
<br />RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-89666448770674631332013-01-08T16:45:00.001-08:002013-01-10T15:55:43.938-08:00O Mimimi sobre o BBB <table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-GocqtTP1pG8/UOy9XQctDnI/AAAAAAAAANg/DlFxmWFBgME/s1600/Ariadna+BBB11.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="227" src="http://4.bp.blogspot.com/-GocqtTP1pG8/UOy9XQctDnI/AAAAAAAAANg/DlFxmWFBgME/s320/Ariadna+BBB11.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ariadna, ex-BBB (a foto não foi escolhida por acaso)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sobre o BBB, que está recomeçando
hoje, sabemos que, com as postagens no Facebook sobre o programa - como se todos, além de meteorologistas, fossem contratados pelo site EGO -, choverão críticas. Acredito que o exemplo delas vale
pra bastante coisa na vida.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Vejamos. O BBB é um programa para
maiores de idade. O que é feito lá é com o consentimento dos participantes. Ainda
que sejam obrigados por contrato a fazer ou dizer certas coisas, o máximo que
podem transgredir são as cláusulas contratuais, nada contra sua liberdade
individual ou que tenha feito sob coação. O mesmo pode se dizer de quem
assiste. O telespectador não é obrigado a ver, votar ou acompanhar. Embora tudo
na Globo, e até em outros canais, seja vinculado de alguma forma ao programa, é
de livre escolha de quem está na frente da televisão ver ou não. É o poder do
botão vermelho do controle remoto. Sem entrar no mérito da qualidade do
programa, se é de bom ou mau gosto, se é imoral e contra os bons costumes ou
reflete a realidade da vontade de cada um, se o Bial é ou não um asno que chama
os participantes injustamente de heróis, e desconsiderando a curiosidade
antropológica da trama – que já se exauriu na segunda edição -, o programa está
aí e não vai ser alguns milhares de compartilhamentos dessa rede social que vai
mudar isso. Nem xingar muito no Twitter.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Acho bem difícil que alguém não
tenha visto e acompanhado ao menos uma edição do BBB, que sejam as primeiras. Bater
de frente com BBB é como gritar pra uma parede que a cor dela é feia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nossa liberdade é vilipendiada
diariamente da mesma forma com que os críticos maldizem à série. Se uma pessoa
acha errado que você tenha tatuagem, use alargador na orelha, se vista como uma
pessoa do outro sexo, tenha outra orientação sexual diferente ou que divirja da
opinião dela em qualquer outra coisa, trata logo de dar o diagnóstico da sua
diferença, dizendo ser a dela uma verdade melhor que a sua.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Finalizando, quer ver, veja; quer
ler, leia; quer correr pelado na rua, seja um preso feliz. Só não tente impor
aos outros suas próprias convicções. Use o bom senso e tente argumentar sem dar
um tiro no próprio pé e sair parecendo o idiota que você quis fazer com que o
outro parecesse.<o:p></o:p></div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-72332733636408677922012-11-17T19:02:00.001-08:002012-12-01T18:36:17.654-08:00My Way<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-VBaOK3Bq-54/UKhRxu9UQeI/AAAAAAAAANA/9pPgfLUFDwc/s1600/Radinho.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><br /><img border="0" height="132" src="http://4.bp.blogspot.com/-VBaOK3Bq-54/UKhRxu9UQeI/AAAAAAAAANA/9pPgfLUFDwc/s200/Radinho.jpg" width="200" /></a><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt;">Todos os pelos de Arnaldo se arrepiaram
quando, do radinho da cozinha, surgiu a voz grave de Elvis nos primeiros
acordes de My Way. Debruçado com a cabeça na mão cujo braço lhe servia de
alicerce em cima da mesa em que olhava para uma xícara de café frio, Arnaldo
acorda de um sonho que parecia durar décadas. Um sonho cinza. Um misto de
lembrança com um frio inédito na espinha tomou conta da memória de Arnaldo,
remetendo-o a um momento em que sua vida era muito mais colorida. Rosalinda,
sua mulher, que preparava o jantar na cozinha e nem dava bola para música a
tocar no radinho, surpreendeu-se quando viu parado na soleira da porta um
Arnaldo que há anos não via mais. Ele estava sorridente, com uma alegria verdadeira,
um semblante leve, diferente do seu jeito de sempre estar.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">“I faced it all and I stood tall. And did it my way”... </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt;">Rosalinda abre a boca
para dizer qualquer coisa quando é interrompida pelo marido, que de súbito põe
o dedo indicador sobre seus lábios, pega sua cintura, cola a testa na dela e,
balançando, a convida para dançar. Ela solta o corpo há anos tenso sobre os
braços dele, como há muito tempo não ousava dar. E ele, enrijecido pelos anos
como os calos que surgiram em suas mãos, tem um olhar cheio de ternura e graça
que cheira a guardado de tão obsoleto. De tanto ele maldizer a vida ela já nem
sonhava mais, mas sua carne tesa, já macilenta pela falta de calor no sangue, retornou-se
jovem e se enrubesceu. Então enfim ela ouviu a música, e se lembrou do tempo que
havia no sorriso de Arnaldo. Um tempo que só quem viveu recorda em tais tonalidades. O calor
dos braços aumentava a cada subida do timbre grave de Elvis, até que soam os
metais e ela começa a girar desatada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="font-size: 13pt;">De mãos dadas, saíram os dois pela rua
rodando, dançando a música que só eles escutavam. À luz da praça, sob o véu da lua,
dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou. Foi tão grande a
felicidade que a cidade inteira se iluminou. Deram tantos beijos loucos, tantos
risos roucos, como não se ouvia mais. E o mundo compreendeu. E o dia amanheceu
em paz.</span><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><b><span style="font-size: 13pt;">Baseada na música "Valsinha", do Chico Buarque com Vinicius de Moraes e título e trecho da "My Way", interpretada por Elvis Presley.</span></b></span><br />
<h1 id="watch-headline-title" style="background-color: #ebebeb; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Lucida Grande', Helvetica, malotf, Arial, sans-serif; font-size: 1.8333em; height: 1.1363em; line-height: 1.1363em; margin: 0px 0px 5px; max-height: 1.1363em; overflow: hidden; padding: 0px; text-align: center;">
<span class=" " dir="ltr" id="eow-title" style="background-color: transparent; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: 0px; color: rgba(2, 6, 30, 0.811765); font-size: 22px; font-weight: normal; margin: 0px; padding: 0px;" title="Elvis Presley Live - My Way"><a href="http://www.youtube.com/artist/elvis-presley?feature=watch_video_title" id="watch-headline-show-title" style="background-color: transparent; border: 0px; color: rgba(2, 6, 30, 0.811765) !important; cursor: pointer; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: initial;">Elvis Presley</a> Live - My Way</span></h1>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><b><span style="font-size: 17px;">http://www.youtube.com/watch?v=2e3CFIHCe8M</span></b></span><br />
<h1 id="watch-headline-title" style="background-color: #ebebeb; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Lucida Grande', Helvetica, malotf, Arial, sans-serif; font-size: 1.8333em; height: 1.1363em; line-height: 1.1363em; margin: 0px 0px 5px; max-height: 1.1363em; overflow: hidden; padding: 0px; text-align: center;">
<span class=" " dir="ltr" id="eow-title" style="background-color: transparent; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: 0px; color: rgba(2, 6, 30, 0.811765); font-size: 22px; font-weight: normal; margin: 0px; padding: 0px;" title="Valsinha - Chico Buarque">Valsinha - <a href="https://www.youtube.com/artist/chico-buarque?feature=watch_video_title" id="watch-headline-show-title" style="background-color: transparent; border: 0px; color: rgba(2, 6, 30, 0.811765) !important; cursor: pointer; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: initial;">Chico Buarque</a></span></h1>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="font-size: 17px;"><b>https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=6u4FK_Z5298</b></span><span style="font-size: 13pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-70151277510688297992012-10-08T07:40:00.000-07:002012-10-08T07:45:58.206-07:00Lentes, Esquizofrenia e Mensalão.<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkykeUXRHguRmmSmnlYli3BSoN-Bi5oXfrRfX3UZyMIJM-_bLQSMsH56LcbMBT0nOw_opo_2v2iL6ZpbVe1x04t1ivGblpuYCdsE1MJMv3BqCaftvtBVKH1WLGnGsq9-QH5xHOvljnnqZt/s1600/Joaquim.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;">Acredito
que muita gente já assistiu algum filme com tecnologia 3D, com aqueles óculos que
faz as imagens saírem das telas para quase nos tocar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;">Se
você colocar óculos de lentes azuis, por exemplo, verá tudo a sua volta também
ficar em vários tons de azul.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4-TNCW9TwjKFauxdi6_ZW4QuXsA9_IoyGNMp0MAgJpVVzfn1SF6zuHat2ExwUm98BvvvUMMDsRFRKUbZLBFGHYjcp8UiZeTxGP412O6X5iXIrAenMYb1sdBnrV2V6JZdnt6KWB-aKo0OA/s1600/%C3%93culos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4-TNCW9TwjKFauxdi6_ZW4QuXsA9_IoyGNMp0MAgJpVVzfn1SF6zuHat2ExwUm98BvvvUMMDsRFRKUbZLBFGHYjcp8UiZeTxGP412O6X5iXIrAenMYb1sdBnrV2V6JZdnt6KWB-aKo0OA/s320/%C3%93culos.jpg" width="320" /></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Nos dois exemplos, vemos
como coisas exteriores aos nossos sentidos podem determinar a maneira como
percebemos a realidade. Tudo que vemos faz parte do que está fora de nós; mas o
modo como enxergamos também é determinado pelas “lentes dos óculos”.
Entretanto, não podemos dizer que o mundo a nossa volta é azul por causa dos
óculos, ou que a imagem do filme é realmente tangível pela tecnologia das
câmeras.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Tiramos primeiras -
segundas, terceiras - impressões das coisas, até mesmo as que testemunhamos.
Isso porque a razão trata de impor significado àquilo que os sentidos
determinam ao cérebro, e essa definição passa pelo que acreditamos que deve ser.
E é justamente por isso que nossa razão e nossos sentidos são falhos! Nós não
somos placas que registram tudo imparcialmente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Daí vem nossa virada de
Copérnico, e percebemos que, na verdade, é a Terra que gira em torno do sol, e
não o contrário.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Nunca saberemos ao certo,
com 100% de certeza, como as coisas “são em si”, apenas como elas “se mostram”
para nós. Usamos sempre nossos óculos de realidade aumentada e adequada (e, às
vezes colorida), e é inevitável não tomar partido.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkykeUXRHguRmmSmnlYli3BSoN-Bi5oXfrRfX3UZyMIJM-_bLQSMsH56LcbMBT0nOw_opo_2v2iL6ZpbVe1x04t1ivGblpuYCdsE1MJMv3BqCaftvtBVKH1WLGnGsq9-QH5xHOvljnnqZt/s1600/Joaquim.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkykeUXRHguRmmSmnlYli3BSoN-Bi5oXfrRfX3UZyMIJM-_bLQSMsH56LcbMBT0nOw_opo_2v2iL6ZpbVe1x04t1ivGblpuYCdsE1MJMv3BqCaftvtBVKH1WLGnGsq9-QH5xHOvljnnqZt/s320/Joaquim.jpg" width="320" /></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Todo esse exemplo vale para
o caso da recente e crescente onda de louvar e tornar herói o “algoz dos
mensaleiros”, o douto ministro do STF Joaquim Barbosa. Ao invés de usar lentes
que aumentam nossa visão crítica, colocamos as lentes coloridas, que atrapalham
o sentido das coisas em si, e interpretamos as coisas como queremos ver. Muitos
taxaram o ministro como herói, desconhecendo que ele também é, em parte, o
grande vilão por essas mesmas lentes.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Sim, é herói e vilão ao
mesmo tempo. É Batman e Coringa, gato e rato, contra e a favor de “mensaleiro”.
Recentes declarações do ministro nos mostram que ele votou no Lula, desde as
eleições contra o Collor, votou na Dilma e é contra a pressão midiática que se
fez contra o “Mensalão petista”. Além disso, disse que no Brasil há muito
racismo, que o empresariado é branco e conservador (justamente quem lhe chama
de herói). Declarou que a mídia empurrou a Ação 470 para o foco como “maior
esquema de corrupção do país”, esquecendo-se de outros não tão importantes (aos
patrocinadores), mas tão grandes quanto.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">As lentes coloridas, sejam
vermelhas ou azuis, deturpam certos fatos, atos e conceitos, adaptando e,
muitas vezes, afastando da razão o que é captado pelos sentidos. No mesmo
sentido da metáfora da realidade que é filtrada pelos óculos, temos também
algumas doenças psicológicas, que criam fantasias na mente de alguns indivíduos.
Esquizofrenia é uma delas. Para os esquizofrênicos, a realidade é diferente, a agudeza
das coisas vem desviada por algum lugar do cérebro que insiste em transformar o
visto com o imaginado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Isso acontece a algumas
pessoas sãs também. Elas vão além das lentes. Usam os óculos coloridos ou em 3D
e são esquizofrênicas. Pegam um fato - um acontecimento, uma informação
superficial -, filtram pelo seu senso viciado de realidade, modelam de acordo com
sua imaginação, daí saem lutando contra moinhos de vento.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">E pra esses não adianta
falar que a Terra é só mais um pedaço de pedra que gira em torno do Sol; eles
tentarão te queimar numa fogueira!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-47151270648649881842012-07-07T02:00:00.001-07:002013-03-20T23:16:34.058-07:00Bullying, Vitimização e a Influência Norte-Americana na nossa Juventude<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-OpfBNNsN-bE/T_iCg2AsONI/AAAAAAAAALk/oDocZjf9zvA/s1600/bully1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="299" src="http://2.bp.blogspot.com/-OpfBNNsN-bE/T_iCg2AsONI/AAAAAAAAALk/oDocZjf9zvA/s320/bully1.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Imagine a cena: um adolescente desengonçado - espinha na cara, óculos de grau, sem muita vida social e particular interesse em computadores -, o famoso
<i>loser,</i> se apaixona à primeira vista pela garota mais
popular da escola - normalmente uma loira, olhos claros, líder de torcida, geralmente fútil e que o despreza profundamente -, que namora o bonitão e musculoso - esportista, popular entre as outras garotas e que vai ganhar uma bolsa de
estudos por ser o melhor do esporte popular que pratica. O <i>loser, </i>ou o destino do roteiro, consegue um jeito de se aproximar da gostosa por causa das más notas da garota fútil, dando aulas de reforço. O gostosão popular não
gosta, então passa a humilhar o <i>nerd/geek/loser</i> de várias maneiras ao longo da trama. Esse é o enredo de 90% dos filmes do cinema hollywoodiano
voltados para os adolescentes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Muitos já perceberam que
nossa juventude atual não consegue lidar com certas situações de pressão, seja
na escola, na família ou no trabalho. Geralmente, quando uma pessoa mais
“forte” (física, hierárquica ou psicologicamente) coage um jovem pratica certo tipo de
“crime” ou atitude reprovável, algo que deve ser reprimido. É o chamado <i>bullying</i>. Por prepotência, problemas
familiares ou pura demonstração de força, muitos jovens rebaixam colegas,
principalmente os que são visivelmente mais “fracos”. O problema é que, quanto
mais os “fracos” se fragilizam, mais os prevalecidos se fortalecem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Essa onda de agressões
físicas e psicológicas parece ser algo novo pra nós, um desafio a ser
enfrentado pelos pais e educadores. Antigamente, apesar de também existir esse
tipo de violência, as “vítimas” não tinham tanta tendência ao suicídio,
homicídio, chacina ou à depressão. Ou pelo menos não em maior número e maiores
tragédias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Aqui pelo Brasil, acho que
isso é causado pela soma de alguns fatores. Li esses dias um post interessante
que falava sobre a maneira como os jovens e adolescentes de hoje são mais suscetíveis
à depressão por <i>bullying</i>. Dizia o
autor que responsável por essa onda de vitimização é a mudança de fórmula no
Merthiolate, que agora não arde mais. Bom, tirei uma conclusão um pouco
diferente, apesar de a metáfora ser ótima.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Há décadas estamos sendo
bombardeados por uma influência grande da mídia norte-americana na nossa
televisão e cinema. São filmes, séries, canais de TV a cabo, além de uma grande
dominação linguística, neologismos, anglologismos e etc. É uma conhecida
fórmula de colonização através da cultura e da língua, pois, desde os gregos, o
idioma e os hábitos dos “mais civilizados” sempre foram uma boa forma de unir
colônias e povos “inferiores” ao Império, torná-los bons selvagens, servos pela
sedução, quando não pela coerção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">A questão é que nossa
televisão aberta passa <b>apenas</b> filmes
de procedência americana. No máximo, alguma produção cinematográfica
estrangeira premiada em Hollywood que passa na nossa programação televisiva por
consentimento das grandes mídias. Portanto, com o passar das décadas, absorvemos
a cultura norte-americana, tornamos ela um referencial. Passou a se buscar uma correspondência
à personalidade “superior” dos estadunidenses, sendo eles “mais civilizados” e
evoluídos que nós (segundo um americano aí, enquanto eles brincavam com novas
tecnologias, nós brasileiros brincávamos na lama, daí os bons jogadores de futebol). Não faltam exemplos de como
é a visão dos norte-americanos sobre nós, nem de como exaltamos a cultura
deles, em detrimento da nossa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">As produções de cinema da
nossa televisão mostram a importância da imagem individual dos atores sociais
no padrão norte-americano, aquilo que eles têm de ser para os outros: populares, superiores, competitivos, mormente para o ambiente da escola, num
primeiro contato com a vida social, fora do núcleo familiar tradicional e do âmbito dos amigos próximos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Assim como eles, nossos atos
têm se resumido a uma caça pela correspondência desse modelo de estrutura
social. No caso em comento, nos colégios, os valentões e os oprimidos agem de
acordo com o que veem nos filmes americanos, seja no âmbito psicológico
particular, seja nas tragédias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Por óbvio, os filmes
americanos só retratam (e talvez abusem da fórmula) a realidade existente por
lá, em que alunos que sofreram humilhações públicas invadem escolas com
metralhadoras para matar seus colegas “malvados”, se suicidam, ou, na melhor
das hipóteses, se entopem de remédios. Lá existe uma cultura bélica muito
forte, porquanto é uma nação que, desde sua independência, passou poucos anos
sem uma boa guerra. Desse modo, nossas influências acabaram por demonstrar que
estamos absorvendo essa cultura imperialista norte-americana de uma maneira
muito mais forte do que se pensa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">É patente a influência dos
padrões norte-americanos nos jovens das últimas gerações, tanto que muitos se
identificam com “Glee” e outros tantos filmes e séries de cunho moral, que se
iniciam basicamente na década de 80. De 1950 a 1979 os jovens e a cultura de lá
eram um pouco diferentes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Muitos se sentem subjugados
pelos “valentões”, ao ponto de exigirem uma vingança em igual proporção, ou
muito maior ao agravo, por questões psicológicas. É o caso do assassino do
Realengo, que descobriu-se ter sofrido <i>bullying</i>
no colégio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br />
<br />
Existem também aqueles que não consegue lidar com a situação de humilhação no
seu meio social, e, por não terem contato íntimo com os pais, familiares ou
educadores (leia-se instrutores), acabam ficando sem ter a quem recorrer; apelam
comumente às drogas, à criminalidade, à depressão e/ou suicídio, como uma forma
de autodestruição, autoflagelação e eliminação do sofrimento. Sentem-se, em parte, culpado pela própria fragilidade e pela violência que sofrem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br />
<br />
Isso deve-se a uma vitimização, uma fragilidade excessiva na personalidade das
pessoas. E não só nos jovens; tudo vira ameaça, ofensa, dano moral, assédio. Ninguém
mais pode pedir uma sopa nova num restaurante por causa de uma mosca que caiu
lá acidentalmente, querem enriquecer alegando que nunca mais vão tomar sopa em
razão do infortúnio. Não há mais bom senso, razoabilidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br />
<br />
É por causa disso que os consultórios de psicólogos e psiquiatras estão lotados
de pessoas que apenas não sabem lidar com a vida, com a realidade, que
necessitam amorfinar-se, desligar-se do sofrimento. Acham a realidade dura
demais, o sofrimento algo a ser evitado ao extremo, em prejuízo da saúde
mental. Um mundo que antes era cor-de-rosa e agora ficou preto e branco, e dá-lhe
remédio pra maquiar a dor e o pesar. As pessoas não são estimuladas a viver e
conviver com o sofrimento. "Toma um remedinho tarja preta que passa".
E com isso os médicos inescrupulosos financiados pela indústria farmacêutica
vão lucrando bilhões, mantendo as pessoas sedadas e inertes à própria dor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">O sofrimento é necessário, o
luto é fundamental, a dor ensina, já diriam os clichês.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Boa parte desse sentimento
de fragilidade provém dessa cultura vazia do culto à imagem, propalada principalmente
pelos norte-americanos e que nos chegam pelos filmes. Estão construindo uma
geração de “mariquinhas” (estou falando de vítimas, não de homossexuais), gente
tão preocupada com a própria imagem que é capaz de agredir, humilhar, assim
como, pela humilhação sofrida, exigir vinganças cinematográficas e banhos de sangue.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">É a influência da cultura
norte-americana, a importância da própria imagem que eles fizeram o favor
de propagar - e nossa mídia fez o desfavor de reproduzir. Se lá estão
construindo uma cultura para vender antidepressivo e tarjas-pretas - inclusive
a crianças e adolescentes - é questão pra outro tópico. Mas que estamos cheios
de “mimimis” e ficando “dodóis” por pouca coisa, isso sim, estamos. E muito! É nos
jovens que isso pode cessar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Por isso, diga não ao
bullying, não seja uma vítima. Ignore! Se há agressão física, denuncie. Polícia
serve pra isso. Autoridades servem pra isso. A justiça é um meio, quando há grave dano. Mas não algo suportável.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br />
Se aconteceu alguma coisa passível de "dano moral", pense mesmo se é
um dano, se afeta mesmo seu sistema psicológico. Tem coisas que acontecem por
engano, por erro, por descuido, e que podem ser coibidas com uma simples
advertência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br />
Se você sofre assédio moral no trabalho, denuncie, mas não se abale. Ou quem pratica é um
babaca, ou você não tem aptidão pro que tá fazendo e pode procurar um emprego
que melhor se adapte às suas habilidades e possibilidades. Às vezes as pessoas têm razão, e somos mesmo peixe no aquário errado.<br />
<br />
<br />
A vida é dura, ninguém disse que seria fácil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">A evolução se dá não nos que
apenas sobrevivem, mas nos que melhor se adaptam às adversidades.<o:p></o:p></span></div>
</div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-47950833681521472202012-05-16T23:15:00.001-07:002012-05-16T23:27:24.227-07:00A Dança do Silêncio<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" height="300" src="http://3.bp.blogspot.com/-FLnVBfY7hSE/T7SXO2z99lI/AAAAAAAAALI/YoPvh3nOCwU/s400/0-0-casal-sombra-desenho-luar.jpg" width="400" /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 17px; line-height: 19px;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 17px; line-height: 19px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Foi estranho vê-la assim tão
de repente, depois de tantos anos, entre pessoas conhecidas e rostos estranhos.
Sua face se iluminava pela fogueira acesa na areia. Ainda era linda, alguns
anos mais velha, mas como se fosse a mesma, só que vestindo uma roupa antiga.
Seu corpo balançava como as ondas do mar com o ritmo da música do violeiro,
aquele sorriso tímido seguindo com os lábios a letra de Redemption Song.
Encontrá-la num luau à beira do mar foi realmente muito estranho e inesperado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Fiquei por alguns minutos de
pé, do outro lado da fogueira, fitando seu rosto, que escurecia e se iluminava
pelo roçar do vento na fogueira, até que uma amiga do seu lado lhe falou algo
no ouvido e ela me olhou. Quando seus olhares me alcançaram, a boca parou de cantarolar,
quedou-se pálida e semicerrada, com a língua entre os dentes, sussurrou meu
nome e pude notar uma lágrima contida no canto do seu olho esquerdo. Talvez não
pudesse crer em tamanho acaso, assim como eu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">O violeiro, seguido de um
acordeonista, iniciou Mondo Bongo, do Joe Stummer, que era, para coroar a
coincidência, a nossa música, minha e dela. Ela agora já nem sabia mais o que
fazer, de tão nervosa. Decidida, passou a mão naqueles negros cabelos longos,
colocando-os atrás da orelha, levantou e, ainda me olhando, veio em minha
direção. Trajava uma leve saia branca que ia da cintura até os pés descalços, e
uma blusa azul turquesa deixando quase aparecer pouco do peito. Atravessou a
fogueira e estacionou a um palmo do meu rosto. Com minha mão direita peguei na
sua esquerda, que pendia suada e trêmula, deitei o rosto sobre seus ombros,
sentindo aquele mesmo perfume de outrora, ergui a cabeça e acenei para trás,
indicando minha vontade de dançar um pouco, longe dali. Segurei com minha mão
esquerda a sua cintura, dei um passo para trás e começamos a dançar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Enquanto rodávamos, ela me
olhava como se eu fosse um desconhecido, um estranho e misterioso homem que lhe
encantara repentinamente. De tanto girar, nos distanciamos da fogueira,
sentindo a areia gelada nos pés descalços. A música ia entrando no ritmo dos
nossos corpos, já velhos conhecidos. A lua agora era nossa única testemunha,
pois as pessoas pareciam não mais estar ali, só a música, a areia, e eu e ela a
dançar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">“Latino caribo, mondo bongo, the flower looks good in
your hair. Latino caribo, mondo bongo, nobody said it was fair, oh”. </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Girei-a e agarrei por trás, comprimindo seu corpo no meu. Ela lançou uma risada de
liberdade, afastou-se, virou e me olhou nos olhos, com o vestígio do riso na boca. Mordeu o lábio, balançou a cintura de um lado para o outro, colocou o
pé esquerdo no joelho direito e caiu sobre mim. Aparei sua queda, ficando meio
palmo de boca a boca. A levantei com a brandura da música, cravei minhas
digitais na sua cintura e, aproximando minha boca da sua suavemente, senti o
que há tempos não sentia: a fragrância adolescente, uma felicidade estranha.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Aquela boca era bem mais que
uma boca. Aquele beijo significava muito mais que um simples roçar de lábios. A
música acabou, o fogo apagou, o mundo calou, a boca esfriou, a lágrima secou, e
o mundo inteiro voltou a rodar. Abri os olhos e me deparei com o rosto dela,
pálido e indiferente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Ela desviou o olhar, olhou
para o chão, olhou para as pessoas indo embora, virou-se, mexeu no cabelo e
partiu. Nem a lua nos espiava mais. Antes de sair da areia, olhou pela última vez para trás e
me viu ali, parado, como fiquei durante algumas horas, até que meus joelhos
cansaram e eu sentei. Sentei na areia gelada daquela noite fria, naquele vento
intenso daquela cena estranha. Olhei pras minhas mãos, que ainda conservavam o
calor do corpo dela, coloquei no meu rosto, passei os dedos nos meus lábios,
olhei para o mar e pude ver aquilo que talvez estivesse latente dentro de mim há tempos,
aquela verdade velada que me fazia sonhar com esse dia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Eu sei que eu a amava, e
ainda amo. Ela também deve sentir o mesmo. É sempre amor, mesmo que mude. É
sempre amor, mesmo que acabe.<o:p></o:p></span></div>
<br />RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-10421978871790544042012-04-16T16:09:00.001-07:002013-01-08T16:11:37.048-08:00Perfume de Pólvora<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk_7-CabP0kOdfOtSABA3Uf6Gatm0M9l9ZP2W1DIR5t0lVlObkxh3k2mEd2YnuZQPpFxoOeADoq_uXAaohNEIrRtWGU1dSnoWJuJMOtbQB3qC8Cyo1b0r5wWcASIgjkRg3cPHSTRU0lQYa/s1600/m1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="247" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk_7-CabP0kOdfOtSABA3Uf6Gatm0M9l9ZP2W1DIR5t0lVlObkxh3k2mEd2YnuZQPpFxoOeADoq_uXAaohNEIrRtWGU1dSnoWJuJMOtbQB3qC8Cyo1b0r5wWcASIgjkRg3cPHSTRU0lQYa/s400/m1.jpg" width="400" /></a><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=7687994071594485766" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCs2J8tT0qgI4N5ENYe74CYIHtQELzW5DfMhJSKYV1gemwN40V0jCrxlOt-BvqlqIs6FKt8X5TX6r6l-HGBZM7c5iGph7pd2JgIoZNhYcBbxVmZiREl7cGlH2hj7MqRZeX27bDtI7FPKtD/s1600/m1.jpg"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><!--[if gte vml 1]><v:shapetype id="_x0000_t75"
coordsize="21600,21600" o:spt="75" o:preferrelative="t" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe"
filled="f" stroked="f">
<v:stroke joinstyle="miter"/>
<v:formulas>
<v:f eqn="if lineDrawn pixelLineWidth 0"/>
<v:f eqn="sum @0 1 0"/>
<v:f eqn="sum 0 0 @1"/>
<v:f eqn="prod @2 1 2"/>
<v:f eqn="prod @3 21600 pixelWidth"/>
<v:f eqn="prod @3 21600 pixelHeight"/>
<v:f eqn="sum @0 0 1"/>
<v:f eqn="prod @6 1 2"/>
<v:f eqn="prod @7 21600 pixelWidth"/>
<v:f eqn="sum @8 21600 0"/>
<v:f eqn="prod @7 21600 pixelHeight"/>
<v:f eqn="sum @10 21600 0"/>
</v:formulas>
<v:path o:extrusionok="f" gradientshapeok="t" o:connecttype="rect"/>
<o:lock v:ext="edit" aspectratio="t"/>
</v:shapetype><v:shape id="Imagem_x0020_2" o:spid="_x0000_i1025" type="#_x0000_t75"
alt="Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCs2J8tT0qgI4N5ENYe74CYIHtQELzW5DfMhJSKYV1gemwN40V0jCrxlOt-BvqlqIs6FKt8X5TX6r6l-HGBZM7c5iGph7pd2JgIoZNhYcBbxVmZiREl7cGlH2hj7MqRZeX27bDtI7FPKtD/s400/m1.jpg"
href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCs2J8tT0qgI4N5ENYe74CYIHtQELzW5DfMhJSKYV1gemwN40V0jCrxlOt-BvqlqIs6FKt8X5TX6r6l-HGBZM7c5iGph7pd2JgIoZNhYcBbxVmZiREl7cGlH2hj7MqRZeX27bDtI7FPKtD/s1600/m1.jpg"
style='width:300pt;height:184.5pt;visibility:visible;mso-wrap-style:square'
o:button="t">
<v:imagedata src="file:///C:\Users\Rafael\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.jpg"
o:title="m1"/>
</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">“Cadê o Geraldo, cadê o
Geraldo?”. Escuto meu nome ser proferido aos berros do lado de fora da minha
porta, mas não entendo por quê. Levanto e vou até à porta pra ver do que se
trata. Abro a porta, saio confuso e sinto algo gelado forçando minha têmpora
direita. Minha retina volta o foco, e na minha frente está minha secretária
ajoelhada e um homem de capuz preto na cara, que segura uma arma contra a nuca
dela. Ainda sem entender o que acontece, olho pra direita pra tentar achar a
coisa que incomoda minha cabeça: é outra arma, outro bandido de capuz preto na
cabeça. Ele diz "Ajoelha", e minhas pernas obedecem antes da cabeça
mandar. "Tu que é o Geraldo?", ele grita, e antes de eu responder,
Melissa de súbito aponta pra mim e diz "É ele!", delatando que sou o
gerente do banco e o único que pode dar o dinheiro que eles querem.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Tantos anos sendo minha
secretária e nunca pensei que ela me trairia desta forma. O verdugo que a
mantém genuflexa me olha e diz: "É ele", apertando em
seguida o gatilho da arma que estava sobre a cabeça de Melissa: <b>BLAM!</b> O
barulho seco do tiro abafado pelo crânio dela deixa o som das vozes
abafadas, por alguns segundos só escuto um zunido. A luz intensa que sai do cano da arma deixa
minha vista branca e o cheiro do sangue, da carne e da e pólvora me baixam a
pressão instantaneamente.</span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Como cheguei até aqui? Esta
é a vida que eu imaginei ter? Eu queria ser bombeiro. Era apaixonado por
caminhões de bombeiros e suas sirenes, me imaginava de farda, combatendo o
fogo. Sempre que brincava com meus amigos eu era quem salvava as vítimas. Depois
pretendi ser médico, salvar pessoas, me tornar pediatra - ou geriatra -, resolveria problemas graves. Abandonei a ideia no segundo semestre da
faculdade, mas foi lá que eu conheci meu primeiro e verdadeiro amor, Cíntia.
Ela era linda, tão tímida que encantava qualquer um. Fazia enfermagem, só que
sonhava mesmo em ser médica, pediatra ou geriatra. Foi aí que me apaixonei,
mesmo que desapaixonara da medicina. Acho que permutei as paixões. Saímos
algumas vezes até eu perceber que ela também estava apaixonada - apesar de eu
ter desperdiçado um sonho que era dela. Comecei a estudar administração, pois
ainda estava à deriva e não sabia bem o que iria fazer da vida após ter o sonho
interrompido pela desilusão. Comecei estagiando em bancos, e fui aprendendo com
meus amigos a praticar pequenos furtos. Me formei, fui efetivado em um
grande banco, mas, depois que Cíntia descobriu meus planos de fazer um golpe
grande, terminou nosso relacionamento e nunca mais nos vimos. Disse que não me
conhecia, que eu não era quem ela pensava ser, um altruísta, filantropo, alguém
ético e correto. Eu queria poder, dinheiro, posição, era e sempre fui
ambicioso. Ela nunca entenderia, por ser inocente e ingênua demais. Esse é um
mundo de Geraldos, não de Cíntias.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Por já ter certa posição no
banco e conseguir muito dinheiro desviando aposentadoria de velhinhos, casei
com a filha de um influente senador. Ele me promoveu a gerente do setor de
empréstimos da maior agência do banco no estado, o que me deu margem para
desviar grana grande. Foi uma maneira de o senador dar melhores condições de vida
à sua filha, indiretamente. Contudo, apesar de estar feliz com minha vida
financeira, nunca fui feliz com minha esposa arranjada. Ela também não deve ter
sido, pois foi praticamente forçada a casar-se comigo. Tivemos apenas um
filho, que parou de estudar quando foi para uma universidade na Holanda e agora
é um <i>drug dealer</i> na zona vermelha. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Se arrependimento matasse…
ou melhor, se arrependimento evitasse que a gente morresse como agora vai
acontecer comigo! Eu viveria outra vida. Aliás, eu voltaria a viver a vida
antes do primeiro desvio, antes do primeiro golpe, encontraria Cíntia e
tentaria mostrar o que estou sentido agora, no momento em que estou para
morrer. Diria que sinto novamente meu amor por ela, o quanto estive errado e
como minha vida foi de fato da forma como ela prognosticou naquele dia em que
nunca mais a vi.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Queria tanto não morrer
agora, como Melissa, que foi sumariamente descartada por não ser quem essa
gente procurava. É assim que um homem arrependido deve morrer, pelas mãos de
assassinos frios que só querem dinheiro?<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Recobro minha vista com um
tapa na cara, e o sujeito me manda levantar. Querem que eu abra o cofre. Tento
dizer que não tenho a chave, mas eles mostram saber mais da minha vida que
minha própria esposa. Pego a chave codificada. Há cinco milhões de reais no
cofre do banco. Com esse dinheiro eu poderia dar uma vida de rainha pra Cíntia,
fazer dela a mulher mais feliz do mundo, pra que ela me fizesse o homem mais
realizado. Pagaria sua faculdade de medicina, se ela já não fosse médica, e ela
se tornaria geriatra, ou pediatra, e cuidaria de mim quando envelhecêssemos, e
teríamos dois filhos com os olhos dela, uma casa de campo na serra, uma
poltrona confortável à beira de uma lareira. Mas esse dinheiro agora não
poderia mais ser meu, nem do banco, nem dos verdadeiros donos, pois os homens
encapuzados (que conto por alto serem cinco, portanto um milhão para cada, o
que seria justo, uma vez que assaltam juntos o maior banco do estado, cujo
gerente é um dos homens mais sujos do país) agora vão levar sem nenhum esforço.
Enfio a chave trêmula, giro e <b>estalo</b>! Trinta e dois pra direita,
sessenta e cinco pra esquerda, <b>estalo</b>! Setenta pra direita, vinte e
quatro pra esquerda, <b>estalo</b>! Trinta e nove pra direita e, e, e... e
qual é a porra da última dezena? Cinquenta e cinco? Cinquenta e seis? "Vai
duma vez, caralho. Foda-se, vou explodir essa merda", diz o mais
impaciente deles. Ele olha pra mim com raiva, fecha o rosto. Reluz no vidro dos
seus olhos um brilho intenso: <b>BLAM!</b> O brilho é do fogo da arma que
ele apontava pra mim, e que agora empurra a mão dele contra seu corpo. O barulho
da explosão ecoa entre minhas orelhas, e sinto um doce perfume misturado à
pólvora e à fumaça: é o cheiro do sangue que me escorre pela face.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-90523468175512423202012-03-07T11:25:00.000-08:002017-03-03T09:18:10.451-08:00Aos Braços de Morfeu<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMd08v9490FZ96ptpnLHTXfvaIBXKhIexfrL2Cs0VstAsJHkiJdrG9tNV8I_ILQm7VDBk1KGaloopOnbyZUwwsOY4NKcwYvSlRgDCjLeBHHflKvbrwemz9xiPBb7MTbItbiwZK9YqVG9PM/s1600/MORPHEU.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="328" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMd08v9490FZ96ptpnLHTXfvaIBXKhIexfrL2Cs0VstAsJHkiJdrG9tNV8I_ILQm7VDBk1KGaloopOnbyZUwwsOY4NKcwYvSlRgDCjLeBHHflKvbrwemz9xiPBb7MTbItbiwZK9YqVG9PM/s400/MORPHEU.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 17px; line-height: 19px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; line-height: 115%;"><span style="font-size: x-small;">Por Laura Carvalho</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Um grito me despertou no
meio da madrugada. Acordei assustada: “De onde vem esse grito?” – pensei. Ainda
trôpega de sono, olhei pela janela: tudo em paz. Silêncio no quarto e na rua,
nenhum movimento a não ser meu peito descompassado. Confusa, voltei para a
cama, ainda com ecos daquele grito na mente. Quando consegui relaxar e estava
para ultrapassar aquela doce fronteira que separa o sonho da realidade,
encontrei a fonte do grito: era minha alma, que tão profundamente tocada, ao se
ver sozinha, clamara por quem a marcou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Com olhar distante, ela me
indagou: “Por que fizeste isso? Como podes me expor a semelhante sublime
maldição? Eu, que sou tua essência, tua guia, teu ser. Agora me ofereces um
encontro apenas na fluidez das quimeras? E se quando acordares ele não estiver
lá? Vais sofrer e eu junto, com a lembrança de um sonho a escapar-te a medida
em que despertas”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">“Tola” – respondi-lhe. Acaso
não sabe que duas almas quando se tocam já não são dois elementos isolados, mas
duas partes de um todo único e indissolúvel? Ele vai estar comigo a cada sorriso que outros
enxergarem em meu olhar, a cada pensamento suspirado, a cada desejo contido até
o momento de nossos corpos se encontrarem novamente. E quando a saudade não
couber mais no peito, a ponto de extrapolar as barreiras, vou te enviar ao
encontro do nosso elemento perdido finalmente encontrado, aquela parte dele
que, de tão igual a ti, te causa tal abstinência insana apenas por estar
ausente”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">“Venha comigo, companheira”
– chamei, oferecendo-lhe minha mão – “adentremos as terras de Morfeu, onde a
distância não separa duas almas amantes”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 17px; line-height: 19px;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 17px; line-height: 19px;">Olhando então para o espaço além dos portões que libertam as almas, ela me deu a mão, mas não sem antes fazer uma última pergunta: “E se ele não estiver lá?”. “Não se preocupe” – afirmei, já nos encaminhando para transpor a entrada – “ele vai estar lá!”.</span>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<br />RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-86707544238188901172012-02-08T21:51:00.001-08:002012-02-08T21:56:42.000-08:00A Grande Contradição da Greve dos PMs na Bahia<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;">Por Rafael Rivas</span></div>
<div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-qCY5cV9hpu4/TzNf_7_gU_I/AAAAAAAAAKM/04SIzjVBx1s/s1600/Greve.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="http://2.bp.blogspot.com/-qCY5cV9hpu4/TzNf_7_gU_I/AAAAAAAAAKM/04SIzjVBx1s/s400/Greve.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Greve armada não é greve legal e legítima</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Existe uma grande
contradição nesta greve dos PMs da Bahia. Na verdade, existem algumas. A primeira,
se ela é legítima ou não. A segunda, se é legal ou não. A terceira, é sobre a cobertura
e opinião da mídia sobre o caso. A quarta, se deve se tratar esta reivindicação
como se tratam as outras, de menor potencial ofensivo. Por último, uma possível
solução.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Da
Legitimidade da Greve<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">A analise de se é ou não
legítima a greve deve iniciar pelo debate racional da medida adotada pelos
reivindicantes. Eles seguiram um caminho tomado por todos os manifestantes
grevistas? Inicialmente, se agruparam em associações de classe, reivindicaram
aumentos ao governo, pressionaram os políticos, mostraram que, sem seu
trabalho, a coisa ficaria um caos. De fato ficou! Até aí, tudo normal para uma
paralisação de serviço público.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">A parte ilegítima dessa
greve consiste na utilidade da função exercida pelos policiais na sociedade. Assim
como na área da saúde, a paralisação da segurança pública traz consequências
imediatas e fatais, extremamente nocivas à vida da população.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Portanto, havendo ou não o
direito que eles reivindicam, paralisar totalmente um serviço fundamental à
vida é ilegítimo, imoral e extrapola o livre exercício da greve.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Da
Legalidade da Greve<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">O direito à greve deve ser
garantido pelo Estado. Até agora, nunca se legislou sobre a greve de
funcionários públicos, mas se utiliza por analogia a legislação trabalhista, ou
seja, dos celetistas. Há necessidade extrema de visibilidade e pressão ao
governo para melhorias do funcionalismo público, isso é patente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Ocorre, entretanto, que o
movimento grevista dos PMs da Bahia extrapolou a legalidade de uma paralisação amparada
pela lei e pelo Estado. Os policiais não reivindicam desarmados, não invadiram
a Assembleia Legislativa como fariam professores, não estão lá como civis. Os PMs
que estão amotinados na Assembleia são homens armados, pessoas sem licença para
utilizar a arma de serviço para tais fins.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Logo, a greve dos PMs também
está na ilegalidade, pois a reivindicação é armada, é abusiva e viola os princípios
mais básicos de uma democracia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">O líder grevista, Marco Prisco Caldas Machado, sequer
está lotado no Corpo de Bombeiros, cargo do qual foi exonerado após uma
tentativa de assassinato do seu superior, em um levante semelhante ao presente em
2001.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Da
Mídia<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">A mídia tem noticiado o
caso, sem tentar pender para o lado político da greve, que é público e notório.
O líder da greve é filiado ao PSDB, oposição ao Governo baiano do PT. O PSDB
nunca foi dado a greves, só que neste caso está diretamente relacionado, ainda
que não tenha se manifestado públicamente como fez do DEM.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Estão falando das vítimas,
das consequências, dos calores da manifestação, do exército nas ruas, na
contenção dos manifestantes pelo exército e etc. Por óbvio, a mídia não é
imparcial, só que, por ser contra o PT, desta vez se foca mais na opinião
antiga do governador baiano sobre as greves do que na ilegalidade ou
ilegitimidade da greve em si.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Ou seja, ao invés de tocar
nas manifestações de reivindicações sociais e salariais que são as greves, falam
de como o governo reage e é hipócrita estando na situação. Falar bem de greve
nunca foi praxe da mídia gorda, mas na ótica deles, esta greve deve ser
amplamente divulgada, pois se trata de um tiro no pé do governo petista quando
em oposição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">A mídia, por conseguinte,
faz seu papel de sempre, ocultando um pouco das manifestações contrárias às
greves que sempre são seu foco, quando o governo da situação é aquele que
defende seus interesses.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Das
Reivindicações Sociais<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">É comum vermos a polícia
militar do Brasil repreender qualquer manifestação que ultrapasse o limite do
aceitável (por eles, é claro). Ainda que seja constitucionalmente protegido o
direito da livre manifestação, reunião e mobilização por uma causa,
corriqueiramente vemos a polícia literalmente descendo o cacete nos “manifestantes”,
sejam eles professores, defensores da liberação das drogas, estudantes,
trabalhadores civis ou funcionários públicos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Tendo em vista que a greve
dos PMs não é nada além de outra greve comum, não seria de se indignar uma
represália, uma resposta hostil aos manifestantes. Na falta de policiais havidos
de porrada e sangue, que se utilize o exército, mantenedor da ordem pública.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Então, qualquer reação do
exército brasileiro a essa manifestação armada não seria nada mais do que a
própria polícia militar já está acostumada a fazer, com a diferença apenas do
lado em que está e na condição de armados que estão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Da
Solução<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">É consabido que a oposição
sempre pressiona o governo do poder auxiliando as reivindicações sociais nas
suas empreitadas. Aqui no RS, por exemplo, havia muita gente do PT a favor dos
professores grevistas, quando o governo era tucano. Agora, o CPERS divulga
amplamente que o Governo de Tarso Genro (PT) é mais um inimigo da educação!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Ora, o problema dos vencimentos
dos servidores públicos é e sempre será motivo de reivindicação, pois nunca
chegará ao patamar desejável. Não com essa mentalidade política e econômica. Haverá
insatisfeitos sempre, pois nosso erário não condiz com a política salarial
reivindicada por todo funcionalismo público. Não há como praticar todos os
reajustes almejados. Estando oposicionistas ou situacionistas no poder, a
reivindicação será sempre um hábito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Urge uma reforma política,
tributária e previdenciária no Brasil, e é isso que transformará nossos cofres
públicos em um reformador dessa condição de precarização da saúde, educação e
segurança pública. Apesar de eu ser favorável às greves, legítimas e legais -
aquelas que são repreendidas na porrada -, não creio que greves sejam o melhor
caminho. É algo imediato e paliativo, não atinge a raiz do problema e só protela
o inevitável: uma nova greve!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">É necessária uma reforma
urgente na política e no nosso sistema falho como um todo, melhorando e
aperfeiçoando os mecanismos econômicos da gestão de recursos. É preciso reduzir
drasticamente as verbas do Executivo e Legislativo, aplicar de uma forma mais
responsável e investidora do dinheiro público, assim como é forçosa uma
fiscalização apurada do Judiciário, apurando-se eventuais irregularidades. Afastar,
de uma vez por todas, esse curral político atual, essa baderna que é nosso cenário
representativo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">A problemática da política
no Brasil não é moral ou metafísica, tampouco política; é um problema
sistêmico, que está inserido no germe da mentalidade individualista da
sociedade atual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Essa greve, diferente das
outras, é meramente política, um teatro perigoso de pessoas mal intencionadas. Na
voz dos próprios colegas dos amotinados, os grevistas são “baderneiros”, “delinquentes”
que põem em risco a vida da população.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">O líder grevista, Marco Prisco Caldas Machado, é pré-candidato
pelo PSDB a uma das cadeiras da Câmara de Salvador este ano, ou seja, quer ser
um bem remunerado vereador soteropolitano, o que mostra que não se reivindica
uma solução, senão apenas uma forma de se continuar enganando e utilizando a
massa como manobra política de interesses privados e escusos.<o:p></o:p></span></div>RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-69336963104335091582012-02-02T15:57:00.000-08:002012-02-02T15:57:58.940-08:00O Drama de Angélica<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Ouve meu cântico, quase sem
ritmo, que é a voz de um tísico magro esquelético. Poesia épica, em forma
esdrúxula, feita sem métrica com rima rápida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Amei Angélica, mulher
anêmica, de cores pálidas e gestos tímidos. Era maligna e tinha ímpetos de
fazer cócegas no meu esôfago.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Em noite frígida, fomos ao
Lírico ouvir o músico, pianista célebre. Soprava o zéfiro, ventinho úmido,
então Angélica ficou asmática.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Fomos ao médico, de muita
clínica, com muita prática e preço módico. Depois do inquérito, descobre o
clínico o mal atávico: mal sifilítico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Mandou-me célere comprar noz
vômica e ácido cítrico para o seu fígado. O farmacêutico, mocinho estúpido,
errou na fórmula - fez despropósito. Não tendo escrúpulo, deu-me sem rótulo
ácido fênico e ácido prússico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Corri mui lépido mais de um
quilômetro num bonde elétrico de força múltipla. O dia cálido deixou-me tépido.
Achei Angélica já toda trêmula.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Da terapêutica dose
alopática lhe dei uma xícara, de ferro ágate. Tomou no fôlego, triste e
bucólica, esta estrambólica droga fatídica. Caiu no esôfago, deixou-a lívida,
dando-lhe cólica e morte trágica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">O pai de Angélica, chefe do
tráfego, homem carnívoro, ficou perplexo. Por ser estrábico, usava óculos: um
vidro côncavo, outro convexo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Morreu Angélica de um modo
lúgubre, moléstia crônica levou-a ao túmulo. Foi feita a autópsia, todos os
médicos foram unânimes no diagnóstico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Fiz-lhe um sarcófago, assaz
artístico, todo de mármore, da cor do ébano. E sobre o túmulo uma estatística,
coisa metódica, como Os Lusíadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">E numa lápide,
paralelepípedo, pus esse dístico, terno e simbólico: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">"Cá jaz Angélica,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">moça hiperbólica<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">beleza helênica,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">morreu de cólica!".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Música de Alvarenga e Ranchinho.</span></div>RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-12095621679038762422012-01-31T06:05:00.000-08:002012-01-31T06:08:51.199-08:00Sr. Policial<div style="text-align: left;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 19px; text-align: justify;">Me explique você, que é policial militar, que é um protetor do povo, do cidadão de bem, por que bater em manifestante que reivindica direitos? </span>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxdWputzPm6eSQQk4Y0sAwSnAGHN7Lu9m4O6sIRyTrL-7cwZe7hU3_zAQLJR2r22Q6oyX8VDidlVGY2FOuoehlpE8E3jst0YlCvot3u8R1q9ebDzXSjJKHuNN5y-JTtGA2qgHZzAP5bc4J/s1600/protesto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="140" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxdWputzPm6eSQQk4Y0sAwSnAGHN7Lu9m4O6sIRyTrL-7cwZe7hU3_zAQLJR2r22Q6oyX8VDidlVGY2FOuoehlpE8E3jst0YlCvot3u8R1q9ebDzXSjJKHuNN5y-JTtGA2qgHZzAP5bc4J/s320/protesto.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Por acaso, quando bombeiros
reivindicam, quando policiais civis reivindicam, quando vocês próprios
reivindicam melhores salários e condições dignas de trabalho, estão ali para
fazer baderna, ou para exigir o cumprimento de uma obrigação?</span><span style="text-align: left;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRidtaW2N35tfH2mFa2Rv0n3Liz6obffOKGQjI8ZL-euSz9yXTOfF1JFrLtCmOUd3vfuzESZRenPeMW3MUBFO10aFcsmbFqByk9i0MN8pD-_2Mrlf4cLRNNjmi7FK44deS3iWXJ3o0-zbE/s1600/protesto2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="302" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRidtaW2N35tfH2mFa2Rv0n3Liz6obffOKGQjI8ZL-euSz9yXTOfF1JFrLtCmOUd3vfuzESZRenPeMW3MUBFO10aFcsmbFqByk9i0MN8pD-_2Mrlf4cLRNNjmi7FK44deS3iWXJ3o0-zbE/s320/protesto2.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Qual é a lógica de descer o
cacete em professor, em gente pobre sem teto, em gente que quer terra
improdutiva pra plantar, sendo que eles estão tão fudidos na vida quanto tu,
que ganha pouco e é extremamente desvalorizado pelo Estado?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-PhHpOZt_wBM/Tyf0dlkjNnI/AAAAAAAAAJs/3pUDxOp3n2o/s1600/protesto3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://4.bp.blogspot.com/-PhHpOZt_wBM/Tyf0dlkjNnI/AAAAAAAAAJs/3pUDxOp3n2o/s320/protesto3.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">É apenas uma forma de revidar
esse descaso servindo cegamente ao Estado? Ou é uma nova modalidade de
escravidão?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjP0_xRFmKnWJFcJhkwU6bQee_gsIOPxuMJWuh2gSsMf35rzbGGtM5hkTPhZE8fukfFw5gps_qtrhavlrb-coRKbBXBmoeJMaSylwiycAyPTvFQXvApg5LJGpuLoZhjq2EvtYbl0ap5N7Zx/s1600/protesto4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjP0_xRFmKnWJFcJhkwU6bQee_gsIOPxuMJWuh2gSsMf35rzbGGtM5hkTPhZE8fukfFw5gps_qtrhavlrb-coRKbBXBmoeJMaSylwiycAyPTvFQXvApg5LJGpuLoZhjq2EvtYbl0ap5N7Zx/s1600/protesto4.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Quando eu vejo um brigadiano
batendo num professor, num pobre, num ocupante, eu vejo duas pessoas mal pagas,
desvalorizadas, que brigam e choram pela mesma coisa. Vejo um apanhar como
marginal, e outro batendo com sangue nos olhos. Uma raiva que nada tem a ver
com o espancado. Vejo que um defende seus interesses, os interesses de uma
classe, enquanto o outro defende os interesses daqueles que o fodem sem
pestanejar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisaoLoUw3pd8fX9m8VfOq4yfrrAZGump0Pzag9Gr4MorI4ZfRlxKfr6Wl61aqK6s6u8bHXSShf6rJuqZzYBIt5bZEX4E32rXYj0OWmRGDAL9M32BMd_0-wxqbDEMftkR7YTGysI81GFIvT/s1600/protesto5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisaoLoUw3pd8fX9m8VfOq4yfrrAZGump0Pzag9Gr4MorI4ZfRlxKfr6Wl61aqK6s6u8bHXSShf6rJuqZzYBIt5bZEX4E32rXYj0OWmRGDAL9M32BMd_0-wxqbDEMftkR7YTGysI81GFIvT/s320/protesto5.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">A Constituição defende o
policial que se recusar a cumprir uma ordem de caráter desumano. Seja um
respeitador da Constituição, Sr. Policial, não um mero fantoche do Estado
repressor ou do seu superior manipulado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKhg937mAv7pRBgeJzsZaL_LasGIaA-KIkpnSq8IEousbZEPH6fUqTTwdE5M4koZhnZo_axtTuSL8gV26k9DYvmJzKSL1Z7w7AUmqukHxB0RsJh7NNLOScTfgMuxhhWB3AOvNGjZUujE0O/s1600/pinheirinhopovo-razao-policia-violencia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKhg937mAv7pRBgeJzsZaL_LasGIaA-KIkpnSq8IEousbZEPH6fUqTTwdE5M4koZhnZo_axtTuSL8gV26k9DYvmJzKSL1Z7w7AUmqukHxB0RsJh7NNLOScTfgMuxhhWB3AOvNGjZUujE0O/s320/pinheirinhopovo-razao-policia-violencia.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Sem manifestações, sem
democracia.<o:p></o:p></span></div>RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-41589647547649979692012-01-20T20:24:00.000-08:002012-01-30T16:01:57.524-08:00SOPA e os Paradoxos da Sociedade de Mercado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-M3eYZ4NsJvw/TyLftTosbEI/AAAAAAAAAJM/b9cJNtlZ8hQ/s1600/sopa-de-tomate.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://4.bp.blogspot.com/-M3eYZ4NsJvw/TyLftTosbEI/AAAAAAAAAJM/b9cJNtlZ8hQ/s320/sopa-de-tomate.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Usarei aqui o termo <b>Sociedade de Mercado</b> porque é um
conceito mais utilizado pelos “imparciais” que a denominação Capitalismo - que
agora é tido como um conceito ideológico de esquerda, apesar de significar
exatamente a mesma coisa que Sociedade de Mercado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">A Sociedade de Mercado, ou
seja, o sistema político-econômico vigente no mundo ocidental criou algo
extremamente paradoxal na nossa sociedade: a liberdade irrestrita e a
necessidade de regulamentação dessa liberdade, a flexibilização da propriedade
privada e a defesa da propriedade privada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">O sistema de política
liberal pressupõe a liberdade dos indivíduos inseridos em sociedade livre e
democrática. Essa sociedade deve ter, ao contrário das ditas ditaduras de
esquerda ou de extrema direita, a liberdade de expressão, de manifestação
livre. Até nossa Constituição Federal protege isso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Ocorre, entretanto, que essa
liberdade acabou por criar indivíduos críticos e que detém um forte aparato
erudito para criticar justamente essa sociedade de mercado. Esses críticos são
vistos, agora, como inimigos da ideia de mercado livre, porquanto não
resignados pelo sistema proposto. São como Yoani Sánchez, só que com ideias
inversas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">E como se formou esse
paradoxo? O sistema de mercado livre, com intervenção do Estado na economia, ou
capitalismo, caso algum saudosista ainda queira denominar assim (eu prefiro
capitalismo), nada mais é do que uma ideologia. Sim, é uma ideologia, na medida
em que estão dentro do conceito ideias de construção econômica, jurídica e
política de uma sociedade. Dessa “ideologia” de mercado intervencionista, ou
até mesmo anarco-capitalista, surgiram muitos teóricos, em sua maioria
economistas, como John Maynard Keynes, Ludwig von Mises, Friedrich Hayek,
Liebman, etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Essa ideologia de mercado, conjunto
de ideias pragmáticas e organizadas para serem exercidas na política econômica
e na sociedade, é amplamente divulgada em nossa grande mídia, ao passo que
temos, hodiernamente, centenas de propagandas de produtos criados em benefício
do consumo, fruto do livre mercado. Além disso, muitos teóricos dessa
ideologia, que utilizam a mídia para repisar os argumentos desse modelo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-rfSPs4ToAgw/Tycu0BWqw6I/AAAAAAAAAJU/8aCXfZBeR7I/s1600/Veja.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-rfSPs4ToAgw/Tycu0BWqw6I/AAAAAAAAAJU/8aCXfZBeR7I/s320/Veja.jpg" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mídia "imparcial".</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Portanto, a mídia “gorda” é,
em última instância, o folhetim ideológico dos grandes interesses econômicos,
pois não haveria sentido em ter-se uma sociedade de mercado sem consumidores,
ou gente ideologizando cabeças sobre a certeza de sucesso do sistema vigente.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 17px; line-height: 19px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Essa mídia gorda e
ideologicamente neoliberal, diuturnamente nos bombardeia com um sistema de
ideias voltadas aos interesses dos grandes possuidores, ou seja, empresários de
ramos influentes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">A grande mídia é, pois, para
a direita neoliberal o que a esquerda é para os militantes, sindicalistas e
trabalhadores politizados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Nesse comenos, erigiu-se
algo que, até então, seria inofensivo aos grandes interesses: a internet! Um
grande sistema de computadores interligados que seria a cara da globalização,
sem, contudo, por em risco a mídia tradicional. É a união entre povos
distintos, a troca de culturas por meio virtual. Sem falar na alta
popularidade, que facilita a propagação de produtos e ideias. Com a conexão dos
povos por um sistema tecnológico, facilmente se chegaria a uma integração dos
interesses do mercado em se comunicar com outras nações, promovendo a chamada
“globalização”. De mercado, é claro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Acontece que essa
globalização perdeu os rumos esperados. A liberdade social que o liberalismo
criou acabou voltando-se contra ele próprio, ao ponto de o mercado, através da
política, ver-se obrigado a fazer uma limitação a essa liberdade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Eis que, então, surge o
projeto de lei norte americano SOPA (Stop Online Piracy Act), que visa à
proibição da “pirataria” on-line. Essa pirataria consiste em ofensa à
propriedade intelectual privada de autores sobre suas obras. Com o projeto
aprovado, a internet perde metade de sua utilidade, e passa a ser vigiada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Esse é o paradoxo. O próprio
sistema de mercado e de consumo criou a tal “pirataria”, que nada mais é do que
a promoção dos autores às mais longínquas audiências do mundo, sistema esse que
é encabeçado pela própria globalização. Como globalizar informações sem que
elas firam direitos de propriedade? As pessoas querem conhecer aquilo que irão
consumir. E, de fato, a maioria das pessoas que “baixam” coisas da internet
acaba por se apaixonar pelas coisas que sequer teriam conhecimento, não fosse a
pirataria. Aquilo que não agrada, apesar de correr o mundo, não será consumido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Dentro dessa nova realidade
da pirataria, há os que se adaptaram, transformando aquilo que lhes onerava em
algo extremamente rentável. Mas há também aqueles que não se adaptaram a essa
nova realidade, e brigam para voltar à época em que tudo era restrito e
controlado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Esse paradoxo do mercado
privado mostrou aquilo que a própria sociedade é atualmente. Criou-se, por esse
excesso de liberdade e essa ferramenta de compartilhamento que é a internet, um
sistema novo, além das fronteiras do grande capital, dos interesses privados.
Em contraponto dos pressupostos liberais, querem que o Estado aja como
Imperador para barrar as sangrias dos cofres privados. Ou seja, quando a coisa
começa a apertar, eles querem um Estado atuante e repressor, algo próximo das
regulamentações do Estado cubano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Além da proibição de sites
de compartilhamento de músicas e obras que não tenham direitos sobre a
propriedade alheia, existe a sanção aos grupos econômicos de financiamento que
contribuem com esses sites piratas. E o pior, qualquer página da internet tida
como “suspeita” será derrubada, sem prévia ação judicial e aviso, promovendo
uma restrição, inclusive, da crítica a qualquer outra maneira de ver o sistema
de mercado que não seja do interesse do próprio mercado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">É de se ressaltar que a
internet nos EUA estará livre disso, pois a lei se aplica somente aos outros
países.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Creio que está surgindo uma
proposta de sanção às liberdades propostas pelo próprio sistema de mercado, que
é regida pelos interesses dos EUA, a grande potência econômica mundial. Terão
sucesso nessa empreitada? Ou as manifestações coletivas na internet contra esse
sistema conseguirão derrubar e vetar esse projeto?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Pois é, mercado, pariste um
filho rebelde. Agora aguenta!<o:p></o:p></span></div>RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7687994071594485766.post-39355168930877726412012-01-20T18:19:00.000-08:002012-01-20T19:04:52.645-08:00O Brado Retumbante de Aécio na Globo<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Qualquer semelhança do
Presidente fictício de “O Brado Retumbante” com Aécio Neves é mera coincidência. Ou não.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">No 4° capítulo da série,
a “Primeira Dama” critica o livro didático que estaria promovendo a deseducação
dos alunos. Ora, essa polêmica idiota levantada pela PIG sobre o livro do MEC já deveria ter sido
esquecida, tendo em vista que se tratava de uma total ignorância do que
realmente tinha no livro didático da vida real e nada teve a ver com corrupção.</span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Ficou claro na série que a autora fictícia do livro
didático estaria em conluio com o Ministro da Educação, enriquecendo
com o dinheiro público. O que eles estão querendo dizer? Eles tentaram explicar ao povo desinformado o que aconteceu nesse caso real, sem que isso correspondesse à realidade dos fatos, que estão bem longe desses da ficção.</span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Além disso, a Primeira
Dama ainda fala das ideologias mortas que a autora do livro estaria propagando
para as crianças. Falar certas coisas contra a mídia gorda e o grande poder do capital, realmente, assusta. Bem que eles podia falar do Occupy Wall Street, mostrando também algumas trapalhadas da economia mundial.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Trata-se de uma descarada obra
de manipulação das pessoas menos interessadas por política. E talvez dê certo,
pois é quase certa a candidatura de Aécio Neves para presidência em
2014. Virá como o novo "Vassourinha", o "Caçador de Marajás", o neto de Tancredo Neves, o homem que vai moralizar a política brasileira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">E outra, que trama meio
idiota, pois qual presidente que viajaria com o vice no mesmo helicóptero, ou
avião, ou qualquer outro meio de transporte?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;">Acompanharei a série, para continuar captando essas e outras "semelhanças". Com certeza essa minissérie ainda terá
muitas outras manipulações. Vejamos até onde vai a cara de pau da Rede Bobo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 17px; line-height: 19px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-5sYgxo2qNGg/TxofyrFGSOI/AAAAAAAAAJE/RPpkMVISXNw/s1600/images.gif" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="http://1.bp.blogspot.com/-5sYgxo2qNGg/TxofyrFGSOI/AAAAAAAAAJE/RPpkMVISXNw/s200/images.gif" width="183" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aécio Neves, futuro candidato à presidência pelo PSDB</td></tr>
</tbody></table>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdqukeUagR3Mo4aXuzdVzM5AQUkSZTgl2HRxOasQtXidLgRPYaWuJJ4bwB3YYWmJoJ1-UwavdaVYClqoWs3NJ390FCO6S_3TwXb7UlHaiTHab_qwOP-H0P7L48OcVBrz7MrfP9yfzwE9vN/s1600/img-357903-domingos-montagner.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdqukeUagR3Mo4aXuzdVzM5AQUkSZTgl2HRxOasQtXidLgRPYaWuJJ4bwB3YYWmJoJ1-UwavdaVYClqoWs3NJ390FCO6S_3TwXb7UlHaiTHab_qwOP-H0P7L48OcVBrz7MrfP9yfzwE9vN/s200/img-357903-domingos-montagner.jpg" width="132" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: #f9f9f9; font-family: sans-serif; line-height: 20px; text-align: -webkit-auto;"><span style="font-size: xx-small;">Paulo Alberto Ventura, Presidente Fictício</span></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>RivasRevolutahttp://www.blogger.com/profile/05830819916209665612noreply@blogger.com4